Dia Internacional do Ar Limpo para o Céu Azul promove proteção do bem comum

Brasil é citado como exemplo positivo por áreas arborizadas em cidades; secretário-geral enfatiza emergência global e pede ação por um planeta saudável para as próximas gerações; poluição atmosférica causa cerca de 7 milhões de mortes prematuras a cada ano. `

foto: ADB/Ariel Javellana

As Nações Unidas marcam o Dia Internacional do Ar Limpo para o Céu Azul, neste 7 de setembro, convidando o mundo a juntar mais esforços e fundos em medidas para baixar as emissões.

Até 7 milhões de pessoas morrem prematuramente a cada ano como resultado da poluição atmosférica, de acordo com a ONU.

Alterações climáticas

A Organização Meteorológica Mundial, OMM, indica que o problema é fortemente associado ao aquecimento global.

Em entrevista à ONU News, de Lisboa, o climatologista André Silva explicou o quadro atual com efeito na vida humana.

“A poluição do ar acaba por ser um fator cumulativo à ocorrência dos fenômenos extremos como neste caso, e sobretudo, as ondas de calor. Já sabemos que as alterações climáticas propiciam a um aumento da intensidade e frequência das ondas de calor. A este aumento dos fenômenos extremos de calor, pode ser depois adicionado o aumento das condições propícias à ocorrência de fogos florestais que geram emissões de partículas e de poluentes para a atmosfera que reforçam o impacto negativo das ondas de calor.” 

O cientista ilustra a posição da agência vinculando as alterações climáticas à piora da qualidade do ar e a efeitos negativos na saúde humana.

Problemas e soluções globais 

“Mas também vendo os extremos de calor há um favorecimento do desenvolvimento de poluentes à superfície da terra. Por exemplo, o ozônio é um caso bastante significativo que acontece neste tipo situações. Há aqui uma série de fatores que ativamente aumenta o impacto das ondas de calor. Não é só o efeito da temperatura alta. É depois tudo o que está a contribuir concomitantemente para um aumento desse impacto.”

Este ano, a data enfatiza que problemas globais exigem soluções globais em prol de um ar limpo, mas carecem de atuação conjunta.

A sugestão da OMM é que as duas questões não sejam abordadas isoladamente, apesar de os efeitos da poluição causada pelas altas temperaturas serem frequentemente ignorados.

Brasil

O Brasil distingue-se em relatório da agência por ações em parques públicos e áreas arborizadas nas cidades que podem melhorar a qualidade do ar, absorver dióxido de carbono e reduzir as temperaturas, beneficiando os habitantes.

© Unsplash/Ella Ivanescu

O secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatiza que a poluição atmosférica já ultrapassa os limites e seus impactos arrasadores e crescentes se refletem em todos os continentes.

A mensagem pela data ressalta que o ar é um bem e responsabilidade comum e a atuação para protegê-lo deve ser conjunta no sentido de limpar, promover uma vida melhor e deixar um planeta saudável para as próximas gerações.

O líder da ONU defende uma transição para cozinhas sustentáveis e veículos elétricos, incentiva a caminhada e o uso de bicicleta em cidades e a adoção de sistemas funcionais para uma gestão de resíduos para baixar as emissões de metano.

Rendimento baixo e médio

Guterres aponta a poluição do ar como uma emergência global. A contaminação chega a 99% do ar respirado pela humanidade com fumo, enxofre e outros produtos químicos tóxicos.

Os países de rendimento baixo e médio são os que sofrem maior exposição, destaca o chefe da ONU.

A mensagem reforça um apelo por maior impulso de uma transição justa, equitativa e inclusiva dos combustíveis fósseis, especialmente do carvão, para energias limpas e renováveis. onu news