Numa entrevista exclusiva à Euronews, Remus Li-Kuo Chen, principal representante de Taiwan para a União Europeia, pede a Pequim diálogo em vez de intimidação.
Uma potencial invasão chinesa de Taiwan será a derrota de todas as democracias do mundo. Este é o aviso de Remus Li-Kuo Chen, principal representante de Taiwan para a União Europeia. Em entrevista exclusiva à Euronews, Chen traçou um paralelo entre a invasão da Ucrânia pela Rússia e o que designa como provocações militares da China no Estreito de Taiwan.
“O caso de Taiwan é bastante semelhante em termos de Taiwan ser pequeno. A China é grande. E se houver algum tipo de conflito e não por causa da provocação de Taiwan, não por causa da nossa mudança unilateral de qualquer coisa que esteja a acontecer no Estreito de Taiwan, porque isso é realmente uma questão de vida ou morte para nosso o povo de Taiwan. Se esse tipo de cenário acontecer, não podemos enfrentá-lo sozinhos. Temos também de assegurar-nos que o mundo inteiro presta atenção e garante que isso realmente terá uma repercussão devastadora e catastrófica se algo acontecer naquela região, especialmente no Estreito de Taiwan”, afirma Chen.
A União Europeia considera Taiwan um parceiro com ideias semelhantes e uma economia próspera, mas não um país soberano e independente, uma política seguida pela maioria da comunidade internacional.
A China prometeu reunir a ilha com o continente. O representante de Taiwan rejeita qualquer intimidação militar e pede a Pequim diálogo: “Eles (a China) não devem continuar nesta via, nesta trajetória, de coerção em termos económicos e também de intimidar militarmente Taiwan, mas sim continuar a pensar noutras ações para retomar o diálogo. Vamos sentar-nos e conversar em pé de igualdade. E por que não ter, de facto, o benefício e o bem-estar dos dois lados do Estreito de Taiwan?. E, sem dúvida, eles têm todas as maneiras possíveis para manter a paz e também manter a estabilidade no Estreito de Taiwan”, realça.
O governo de Taiwan alertou que 2027 pode ser o ano em que Pequim avance. Chen está confiante de que a ilha com 23 milhões de habitantes terá “a mais forte resolução e determinação” para defender o seu território e o seu modo de vida democrático. euonews