O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que está pronto a avançar com a guerra de Israel contra o Hamas até alcançar a “vitória total”, ao dirigir-se aos legisladores norte-americanos no Congresso dos Estados Unidos.
No início da sua intervenção, Netanyahu criticou o “eixo de terror” alegadamente patrocinado pelo Irão no Médio Oriente que “desafia os Estados Unidos, Israel e os nossos amigos árabes. Não é um choque de civilizações, mas um choque entre a barbárie e a civilização”, declarou, acrescentando: “Os nossos inimigos são os vossos inimigos, a nossa luta é a vossa luta, a nossa vitória será a vossa vitória”.
O líder do executico de Israel disse que só concordaria com um cessar-fogo se o Hamas se rendesse, desarmasse e libertasse todos os reféns que tem em seu poder.
Netanyahu afirmou que Israel continuará a lutar indefinidamente até destruir as capacidades militares do grupo palestiniano e trazer para casa todos os reféns.
“Israel vai lutar até destruir as capacidades militares do Hamas e o seu domínio em Gaza e trazer todos os nossos reféns para casa”, disse Netanyahu. “É isso que significa a vitória total. E não nos contentaremos com nada menos do que isso”.
Os críticos afirmam que a promessa de vitória total de Netanyahu não é realista, uma vez que o Hamas se tem reagrupado repetidamente em áreas das quais os militares israelitas se retiraram.
A notícia surge no momento em que se esperava que as autoridades do Egito, Israel, Estados Unidos e Qatar se reunissem em Doha, na quinta-feira, com o objetivo de retomar as conversações para uma proposta de cessar-fogo em três fases para acabar com os combates em Gaza e libertar os restantes reféns.
Mas um funcionário israelita disse na quarta-feira que a equipa de negociação de Israel estava atrasada e que provavelmente seria enviada na próxima semana.
Manifestantes saíram à rua
Entretanto, milhares de manifestantes chegaram a Washington cantando “Palestina livre, livre”, enquanto alguns tentavam bloquear as ruas antes do discurso de Netanyahu.
A polícia impediu a multidão, que pedia o fim da guerra que já matou mais de 39.000 palestinianos, de se aproximar do Capitólio.
As autoridades presentes do Capitólio dos Estados Unidos afirmaram num post na rede social X que alguns manifestantes se tornaram “violentos” e “não obedeceram” às ordens para se afastarem.
“Estamos a utilizar gás pimenta contra todos os que tentam infringir a lei e atravessar a linha”, declarou a polícia do Capitólio.
Os manifestantes israelitas também entoaram cânticos apelando ao presidente dos EUA, Biden, para que promova um acordo que garanta a libertação dos reféns e, espalhadas pela galeria com vista para a Câmara dos Representantes, pelo menos seis pessoas usavam t-shirts com a mensagem “Fechem o acordo já”, instando Netanyahu a chegar a um entendimento para o regresso dos reféns.
Mais de 50 líderes democratas e o independente Bernie Sanders boicotaram o discurso de Netanyahu, sendo que a vice-presidente Kamala Harris esteve ausente devido a uma viagem há muito programada.