Os 87 quilômetros da ferrovia que liga Cianorte a Maringá podem ganhar vida nova através de um projeto apresentado na tarde desta sexta-feira (16) no Plenarinho da Câmara Municipal de Maringá pelo deputado estadual Goura (PDT).
O projeto “Trilhas em Trilhos”, criaria um corredor ecológico e de cicloturismo aproveitando a malha ferroviária que foi desativada em 1994 e, que desde então está ociosa e abandonada. A ideia se baseia em projetos que já funcionam em muitos lugares do Brasil e também do mundo. Goura e sua equipe apresentaram realidades como a El Chaquiñan, na capital equatoriana de Quito, onde desde 2014, mais de 63 quilômetros de túneis e trilhos ociosos deram espaço a adeptos do cicloturismo.

No percurso cascalhado foram instaladas paradas de descanso estruturadas com banheiros, água potável, áreas para piquenique e bicicletários. O Parque Linear também recebeu plantio de 5 mil árvores nativas e anualmente recebe mais de 175 mil visitantes.
Na Espanha, trilhos e dormentes por onde um projeto do gênero começou a ser implantado em 1993, os trilhos também deram lugar a iniciativas como a do Equador. Lá, são 35km de percurso pavimentado, que são utilizados pelo povo das bicicletas. Outros 7,6 mil quilômetros de ferrovias desativadas no país da Península Ibérica também estão sendo alvo de projetos semelhantes.

O maior percurso de cicloturismo que atualmente ocupa espaço de ferrrovias está na Austrália. Lá é possível percorrer mais de 1 mil quilômetros.

No Brasil também já existem rotas de cicloturismo desse tipo. A que liga Caetê a Sabará em Minas Gerais tem 90 quilômetros. Em Santa Bárbara D´Oeste, interior de São Paulo 3 quilômetor de pista na rota da antiga ferrovia corta o perimetro urbano.
A reunião de apresentação contou com as participações de representantes do Poder Público das cidades por onde a ferrovia passa. Além de Maringá e Cianorte, Paiçandu, Dr. Camargo e Jussara também são interessadas ao projeto. De acordo com a proposta, as estações desativadas destes municípios também seriam revitalizadas. Goura começou a articular a ideia em agosto de 2024, e de lá para cá, já iniciou diálogos o Governo do Paraná através da Secretaria Estadual de Turismo, com a concessionária Rumo, que administra o trecho da ferrovia inativa, com o DNIT e com entidades ligadas ao cicloturismo no estado.
Se o projeto “Trilhas em Trilhos” vingar na rota entre Cianorte e Maringá, a ideia poderá se estender a todos os 540 quilômetros de ferrovias que caíram em desuso no estado.
Os municípios e também representantes da Secretaria Estadual de Turismo assinaram uma Carta de Intenções que é uma espécie de pontapé inicial para que a operação comece a sair do papel.
Goura defende que a implantação do corredor sustentável de cicloturismo aproveitando trechos ociosos da malha ferroviária, “vai atrair milhares de turistas que vão alimentar e aquecer a economia do setor, das cidades e do estado através do ICMS ecológico”, disse o deputado.
O deputado explicou detalhadamente o impacto positivo que o “Trilhas em Trilhos” pode proporcionar para as cidades por onde a ferrovia passa. O conteúdo complementar pode ser assistido na video-entrevista no alto desta matéria.