“Somos reféns do processo de licitação, e não estou dizendo que não deve haver”, disse o prefeito de Ulisses Maia, no âmbito do Café com a Imprensa realizado na manhã desta terça-feira, 14, na sala de reuniões térrea do paço municipal. O prefeito explica que as licitações indicam empresas para realizar serviços e obras para a prefeitura e que vence quem tem o menor preço, mas que muitas vezes a empresa que vence não tem condições de realizar a obra com a qualidade especificada na licitação.
“Quem dá o melhor preço, normalmente não entrega”, disse o prefeito.
É o caso do recente recapeamento da avenida Tiradentes. O prefeito conta que a empresa de Paranavaí que ganhou a licitação para realizar a obra não realizou um trabalho da qualidade requerida e vai ter refazer o serviço.
“Vocês viram que foi feito o recapeamento na Tiradentes; foi um infeliz lá de Paranavaí que fez essa merda, e vocês vão ver as máquinas retornando à avenida porque a prefeitura não pagou pelo serviço; é uma porcaria, o asfalto está esfarelando. No dia que o recape foi entregue nós já vimos que o asfalto foi mal feito”, disse o prefeito.
O caso já teria sido resolvido e segundo o prefeito, o responsável pelas licitações da prefeitura já se reuniu com os donos da empresa que concordaram em refazer a obra.
Ulisses citou também uma empresa de Foz do Iguaçu que ganhou a licitação para começar a construção do Hospital da Mulher. “O cara não foi capaz de erguer uma parede e depois de uma semana foi embora; nós o notificamos, multamos e a empresa dele não é mais idônea para participar de licitações aqui”.
No caso da reforma da Terminal Rodoviário, Ulisses lembra que uma empresa de Santa Catarina veio e realizou de 20 a 30% do trabalho e abandonou a obra. “Se tornamos as regras do edital muito restritivas para evitar aventureiros, sempre aparece uma que recorre e o Tribunal de Contas suspende a licitação por suposto direcionamento”, explica Ulisses.
O prefeito concluiu sua fala sobre o tema explicando que se de um lado há essas dificuldades com empresas aventureiras, por outro, as licitações oferecem garantias à administração que tem seus fiscais de obras que são muito rigidos e não aprovam obras como a que foi feita na avenida Tiradentes. “Fez mal feito, vai ter que refazer”, disse Ulisses.
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