A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) realizou nesta sexta-feira (13) em Maringá, o quinto encontro do segundo ciclo do evento ‘Fóruns Regionais da Indústria’. Essa é a segunda vez que a Fiep traz o evento a Maringá. A primeira vez foi em 2024 no contexto do primeiro ciclo que visitou oito cidades de diferentes regiões do estado. Naquela ocasião, a Federação realizou oficinas para recolher demandas das indústrias nos setores de infraestrutura, energia e empregabilidade. Hoje a Fiep divulgou um plano de ações efetivas como resposta às demandas recolhidas, e as apresentou durante um evento que contou com as participações de exponentes da política nacional, como o deputado federal Ricardo Barros (PP), que além de presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia na Câmara Federal, traz na bagagem a experiência de ter comandado a Secretaria Estadual de Indústria, Comércio e Serviços do Estado do Paraná.
“Como secretário acompanhei muito de perto as demandas da FIEP, e entre elas a da energia da Copel é uma das mais críticas; a energia entregue pela Copel realmente não está boa, precisa melhorar muito porque é uma reclamação permanente. Além disso, na área de infraestrutura temos discutido a questão das concessões do pedágio que preocupam pela falta de concorrência, e como consequência com vencedores que ofereceram descontos baixos, e isso pesa no bolso do contribuinte e da cadeia produtiva. Lançamos o desafio a todos de trabalharem para despertar o interesse em investidores internacionais que queiram participar das licitações dos lotes do pedágio para termos mais desconto e menos peso econômico para quem precisa transportar seus produtos pelas estradas do Paraná”, disse Barros.
Além Barros, participaram o senador Sérgio Moro (UB) e o deputado estadual Fábio Oliveira (Podemos) que é

presidente da Frente Parlamentar de Engenharia e Infraestrutura na Assembleia Legislativa. O município de Maringá foi representado pela prefeita em exercício Sandra Jacovós.
“O Paraná é um estado pujante, mas temos problemas crônicos que são os mesmos há 40 anos. Falta de infraestrutura, pedágio caro e energia escassa fazem parte de um gargalo de problemas que precisam ser resolvidos” disse o senador Moro. “Hoje a grande discussão é sobre TI, mas como é que a gente vai pensar em ter investimentos fortes em inteligência artificial que exigem instalação de datacenter, se o Paraná tem problemas de geração de energia”, questionou Moro.

“Sobre a questão das infraestruturas, não podemos esquecer o passado dos pedágios que deixou um rastro de corrupção, com obras não realizadas e que vamos ter que pagar novamente. Nosso papel na Alep é justamente de fiscalizar para que isso não volte a acontecer com as novas concessões. Junto com a FIEP vamos fiscalizar para que as obras previstas sejam realizadas dentro do cronograma no respeito das melhores normas de engenharia”, defendeu o deputado Fábio Oliveira (Podemos).
A prefeita de Maringá em exercício – Sandra Jacovós – que já esteve à frente da secretaria de Assistência Social na gestão passada, defende ações que tragam de volta ao mercado de trabalho, pessoas que estão amparadas nos programas sociais do Governo Federal.

“Nós temos cursos de formação e a Agência do Trabalhador tem vagas disponíveis, por isso precisamos fazer com que a população entenda que o benefício dos programas sociais é para quem realmente precisa, ou porque está doente, ou porque não tem condições de trabalho e a oferta não chega para ela, mas nós temos vagas para oferecer, e vamos trabalhar para que o maior número de pessoas voltem ao mercado”, disse Jacovós
O presidente da FIEP foi o último a falar, e disse que no terceiro ciclo dos Fóruns que deve acontecer no ano que vem, ele só virá se puder apresentar as soluções para os problemas recolhidos. Edson Vasconcelos disse em entrevista a OFATOMARINGA.COM, que a FIEP conhece bem as carências do estado nos setores de Energia, Infraestrutura e Empregabilidade, e que o Paraná precisa fazer as contas com a necessidade do setor industrial que não pode parar de produzir.
“Apresentamos propostas de ações efetivas e provocamos as lideranças locais a aderirem à formação de opinião única, qualificada e unida, para resolver problemas que são difícieis, principalmente no que diz respeito a infraestrutura; se cada regionalidade puxar para seu lado não vamos conseguir as obras que tanto precisamos”, disse o presidente.
O Plano Estadual de Logística em Transportes Integrado
do Paraná (PELTi-2040). propõe uma visão interconectada
entre os diferentes modais, visando à previsibilidade e
eficiência logística. Ainda nessa temática, foi apresentada
também uma prévia do Observatório dos Pedágios, ferramenta
desenvolvida pelo Sistema Fiep com o objetivo de auxiliar o
setor produtivo e a sociedade paranaenses no monitoramento
das obras previstas nos novos contratos de concessão de rodovias.
PLANO DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL COM FOCO NAS ELEIÇÕES DE 2026
Vasconcelos diz que dos Fóruns Regionais sai o Plano de Desenvolvimento Industrial da Fiep que será entregue aos futuros candidatos nas Eleições de 2026. O pleito do próximo ano elegerá deputados estaduais, governador, deputados federais, senadores e o novo Presidente da República.

“É um conjunto de ações que vamos entregar aos candidatos mostrando aquilo que interfere diretamente na produção e no crescimento industrial; são problemas ligados a falta de infraestruturas, geração de energia, falta de mão de obra, excesso de burocracia e regulação ambiental. Queremos que isso aconteça olhando principalmente para um passado mal resolvido, com foco em resolver rapidamente para produzirmos respostas que nos coloquem em sintonia com os avanços do mundo”, analisou Vasconcelos.
“Se queremos crescer, precisamos entender as necessidades de quem tem clientes fora do Brasil, mas não consegue atendê-los porque há momentos que as cargas não conseguem chegar ao Porto de Paranaguá por causa de deslizamentos como o que aconteceu novamente essa semana na BR-277, ou porque não conseguem embarcar suas cargas, e ainda, porque não temos rodovias, não temos ferrovias, não temos fibras ótica. Não dá mais para esperar que seja somente o governo a resolver. As ações precisam compartilhadas, não concorrentes e de corresponsabilidade da sociedade”, concluiu Vasconcelos.
Agenda
Além de Maringá, os municípios de Guarapuava (Campos Gerais/Centro), Pato Branco (Sudoeste), Londrina (Norte) e Cascavel (Oeste) também já receberam o evento deste segundo ciclo. Os próximos encontros dos Fóruns Regionais da Indústria acontecem nas cidades de Ponta Grossa (Campos Gerais/Centro-Oriental), em 27 de junho; Irati (Campos Gerais/Centro-Sul), em 4 de julho; e Curitiba (Região Metropolitana e Litoral), em 7 de julho.