Desta vez, Boris Johnson sai mesmo. O ainda primeiro-ministro britânico não sobreviveu ao efeito dominó de demissões no seio do seu próprio governo, em rota de colisão com o que chamaram de falta de integridade no topo do poder.
“É claramente a vontade dos deputados do Partido Conservador que haja um novo líder e, portanto, um novo primeiro-ministro. Juntamente com Sir Graham Brady, o líder da nossa bancada parlamentar, decidimos que esse processo deve começar agora. Em política, ninguém é insubstituível. O nosso sistema, que é brilhante e darwinista, vai produzir um novo líder igualmente empenhado em levar este país para a frente neste período tão difícil”, declarou frente a Downing Street.
Ou seja, Johnson só pretende deixar o governo quando o próximo líder conservador estiver escolhido e isso poderá acontecer só no congresso de outubro.
O princípio do fim aconteceu na terça-feira, quando dois pesos pesados do governo bateram com a porta, o ministro das Finanças, Rishi Sunak, e o ministro da Saúde, Sajid Javid.
Seguiram-se mais de meia centena de demissões em apenas 24 horas, com destaque para o recém-nomeado responsável pela pasta das Finanças, Nadim Zahawi, o que terá sido a gota de água.
Johnson ficou praticamente isolado, juntamente com uma série de escândalos que passou por vários capítulos. Incluiu as festas ilegais durante a pandemia e a alegada proteção a Chris Pincher, um responsável conservador acusado sucessivamente de assédios sexuais. Downing Street dizia que Johnson não estava a par das acusações, mas acabou por assumir que estava. euronews