Pelo oitavo ano consecutivo, a Finlândia foi considerada o país mais feliz do mundo no Relatório sobre a Felicidade Mundial publicado na quinta-feira.
Elaborado anualmente pela empresa de sondagens Gallup, pelas Nações Unidas e pelo Wellbeing Research Centre da Universidade de Oxford, o relatório utiliza dados recolhidos em mais de 140 países de todo o mundo.
Tal como nas edições anteriores do relatório, o top 10 é dominado por países europeus, com todas as entradas, exceto três, provenientes do continente.
Dentro desse grupo, os quatro primeiros lugares do relatório de 2025 continuam a ser exclusivamente nórdicos, com a Finlândia em primeiro, de seguida a Dinamarca em segundo, a Islândia em terceiro e Suécia em quarto.
Portugal caiu cinco posições no relatório que mede a felicidade, onde aparece na 60º posição com 6.013 pontos, contra 6.030 do relatório do ano anterior, bastante distante do país vizinho, Espanha, que surge no 38º.
Como é que se mede a felicidade?
A noção de felicidade é, em si mesma, subjetiva, mas as classificações anuais do Relatório sobre a Felicidade Mundial baseiam-se em avaliações subjetivas da vida, compiladas nos últimos três anos pelo Gallup World Poll, em cooperação com a Universidade de Oxford e a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
Peritos interdisciplinares dos domínios da economia, psicologia e sociologia são depois chamados a analisar os dados e a fazer avaliações.
As variáveis quantificadas pelos autores do relatório incluem o rendimento (PIB per capita), a esperança de vida saudável, o apoio social, a liberdade de escolha de vida, a generosidade e a ausência de corrupção.
Pela primeira vez, os responsáveis pela análise de dados do relatório 2025 analisaram o impacto do comportamento benevolente no nosso bem-estar e nos nossos níveis de felicidade.
Importância da solidariedade
“A felicidade não tem apenas a ver com riqueza ou crescimento – tem a ver com confiança, ligação e saber que as pessoas nos apoiam”, afirmou Jon Clifton, Diretor Executivo da Gallup. “Se queremos comunidades e economias mais fortes, temos de investir no que realmente importa: uns aos outros”.
Os investigadores afirmam que, para além da saúde e da riqueza, alguns fatores que influenciam a felicidade parecem aparentemente simples: partilhar refeições com outras pessoas, ter alguém com quem contar para obter apoio social e a dimensão do agregado familiar.
No México e na Europa, por exemplo, um agregado familiar de quatro a cinco pessoas é o que apresenta os níveis mais elevados de felicidade, segundo o estudo.
Apesar de os autores do relatório salientarem a importância da unidade familiar como um sinal de carinho e partilha, sendo os grandes agregados familiares latino-americanos particularmente destacados, a tendência crescente para a solidão – mais sentida pelos jovens – continua a prevalecer.
Em 2023, 19% dos jovens adultos de todo o mundo afirmaram não ter ninguém com quem contar para obter apoio, um aumento de 39% em relação a 2006.
No entanto, acreditar na bondade dos outros também está muito mais ligado à felicidade, de acordo com as últimas descobertas.
A título de exemplo, o relatório sugere o fato de as pessoas que acreditarem que os outros estão dispostos a devolver uma carteira perdida é um forte indicador da felicidade geral de uma população.
Os países nórdicos estão entre os primeiros lugares no que respeita à devolução esperada e efetiva de carteiras perdidas, segundo o estudo.
De acordo com Alexandra Peth, diretora-geral de uma associação comercial da bioindústria na Finlândia, a cultura finlandesa dá prioridade à confiança e à ligação.
“As pessoas confiam umas nas outras na Finlândia e penso que, a muitos níveis da sociedade, tentamos apoiar-nos mutuamente”, afirmou Alexandra Peth. “Por isso, penso que o sistema faz com que se possa confiar nele de alguma forma”.
De um modo geral, os investigadores afirmam que os dados globais sobre a perceção e a devolução efetiva de carteiras perdidas mostram que as pessoas são demasiado pessimistas em relação à bondade das suas comunidades em comparação com a realidade – as taxas de devolução de carteiras são cerca de duas vezes superiores às que as pessoas esperam.
Quais são os 10 países menos felizes?
O Afeganistão mantém a sua posição no fundo da tabela, com os 10 últimos países a permanecerem praticamente os mesmos, embora as suas posições tenham sido ligeiramente alteradas.
138. Lesoto
139. Comores
140. Iémen
141. República Democrática do Congo
142. Botsuana
143. Zimbabué
144. Malawi
145. Líbano
146. Serra Leoa
147. Afeganistão
Quais são os 10 países mais felizes?
Os quatro países mais felizes mantêm-se inalterados desde o último ano, com os países nórdicos a ocuparem novamente os primeiros lugares de 2025.
No entanto, houve algumas mudanças no resto do top 10, com a Costa Rica e o México a empurrarem a Suíça e a Austrália – que ocupavam o nono e o décimo lugares, respetivamente, em 2024 – mais para baixo na tabela.
Os Países Baixos subiram um lugar no relatório deste ano, passando a ser um top 5 exclusivamente europeu.
Finlândia
Dinamarca
Islândia
Finlândia
Países Baixos
Costa Rica
Noruega
Israel
Luxemburgo
México
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