Fórum Maringaense de Mulheres publica nota de repúdio contra nomeação de homem para o Comando da Delegacia da Mulher

Há cerca de uma semana, a Secretaria Estadual de Segurança designou Rodolfo Vieira Nanes, ex delegado da Polícia Civil de Marialva para ocupar o cargo em Maringá em substituição à delegada Luana Lopes que foi transferência para Apucarana.

Fórum Maringaense de Mulheres publica nota de repúdio contra nomeação de homem para o Comando da Delegacia da Mulher
                
                    Há cerca de uma semana, a Secretaria Estadual de Segurança designou Rodolfo Vieira Nanes, ex delegado da Polícia Civil de Marialva para ocupar o cargo em Maringá em substituição à delegada Luana Lopes que foi transferência para Apucarana.

O Fórum Maringaense de Mulheres publicou ontem (7), uma Nota de Repúdio contra a indicação de um homem para exercer a função de delegado junto à Delegacia da Mulher de Maringá. Na Nota, o Fórum deixa claro que “não discute a competência e o profissionalismo do delegado, o que discutimos é a afronta a uma luta histórica do movimento organizado de mulheres para que exista uma Delegacia da Mulher comandada por uma mulher para o acolhimento das mulheres em situação de violência, e que O FATO de se ter uma delegada mulher possibilita que a mulher em situação de violência se sinta acolhida para relatar a violência sofrida, seja um estupro, uma agressão, um assédio ou outras formas”.

Há cerca de uma semana, a Secretaria Estadual de Segurança designou Rodolfo Vieira Nanes, ex delegado da Polícia Civil de Marialva para ocupar o cargo em Maringá em substituição à delegada Luana Lopes que foi transferência para Apucarana.

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LEIA O TEXTO DA NOTA NA ÍNTEGRA:

“O Fórum Maringaense de Mulheres vem a público repudiar a nomeação de um homem para a Delegacia da Mulher de Maringá.

Maringá é uma cidade com história de luta e conquistas das mulheres maringaenses, com parceria entre entidades da sociedade civil organizada em movimentos de mulheres e o poder público para o estabelecimento de políticas púbicas para as mulheres. As Delegacias da Mulher (DM) desde sua criação nos anos 1980 fazem parte de uma estrutura organizada de combate à violência contra as mulheres. O fato de se ter uma delegada mulher possibilita que a mulher em situação de violência se sinta acolhida para relatar a violência sofrida, seja um estupro, uma agressão, um assédio ou outras formas.
Portanto, nosso repúdio é no que se refere a representatividade de gênero, e que um delegado homem (seja ele quem for) implica diretamente no recuo das mulheres em denunciar, pois, a figura masculina pode se tornar um “gatilho” para as vítimas, ou seja ser associada ao agressor e inibir a denúncia por parte da vítima. Não discutimos a competência e o profissionalismo do delegado, o que discutimos é a afronta a uma luta histórica do movimento organizado de mulheres para que exista uma Delegacia da Mulher comandada por uma mulher para o acolhimento das mulheres em situação de violência. Que seja revogada a nomeação do delegado para a DM e que a cidade de Maringá tenha uma delegada da mulher como sempre teve desde os primórdios da criação da DM”.