Chegou ao fim nesta quarta-feira, 12, o percurso glorioso do Marrocos na Copa do Mundo de futebol no Catar. E não foi nada fácil para os atuais campeões do mundo que mostraram ao planeta bola que possuem um elenco invejável. Fizeram um a zero logo no início da partida, souberam sofrer a pressão do ótimo time marroquino e mataram o jogo quando tiveram a chance. 2 a 0 implacável que coloca a França na final com a Argentina no domingo, 18, ao meio-dia no Lusail.
Mesmo sem Benzema, Nkunku, Kimpembe, Pogba, Kanté, Maignan, Kamara lesionados e cortados e para esse jogo também sem Rabiot, a França de Deschamps é uma máquina que tem um aspirante a Pelé que atende pelo nome de Benzema. Tem também um Griezmann que faz a diferença quando tem a bola nos pés de frente para o campo adversário. Ele tem visão e passe perfeito. Foi dele o passe para Giroud no começo da jogada que originou o primeiro gol da França logo aso 4 minutos. Giroud cruza para Mbappè que bate duas vezes; a bola e desviada pela defesa na primeira e na segunda espirra para Theo Hernández que faz um malabarismo, voa para evitar que o goleiro Bono possa se aproximar e acerta um chute de cima para baixo abrindo o placar da semifinal.
O jogo seguiu bastante equilibrado no primeiro-tempo, com o Marrocos com mais posse de bola, mas com a França levando perigo nos contra-ataques.
No segundo tempo, o Marrocos voltou com tudo e a França sofreu muita pressão. Talvez o preciosismo de alguns jogadores do Marrocos possa ter custado caro. Pressionaram muito, mas não chutaram ao gol. A impressão é que Marrocos que já não tinha um matador, sofreu mais ainda a ausência de seu principal atacante; Kedira que não é um matador, porque perdeu muitos gols nesse torneio, pelo menos era um que chutava ao gol e que acabava carregando zagueiros onde ia; é um pouco fraco, mas engana bem. Hoje, os marroquinos mostraram que são aplicados taticamente e que só não foram até o fim, porque se encontraram diante da melhor seleção do mundo neste lado da tabela; do outro lado da tabela tem a Argentina, e tá bom assim.
O Marrocos entra para a história como a primeira seleção africana a chegar a uma semifinal; no futuro teremos mais do que uma e com certeza em finais. O futebol, esse esporte que na Copa é elitizado ao extremo, agradece o contributo marroquino que levou ao estádio árabes apaixonados na torcida e também dentro do campo.
Pela crônica, Mbappè que não brilhou durante o jogo todo e que em raras exceções disparou com a bola e ganhou corridas que começou atrás, fez uma obra de arte na construção do segundo gol francês. O menino que só tem 23 anos e que está próximo de conquistar sua segunda Copa do Mundo, Thuram recebe bola de Mbappè, já dentro da grande área, ameaça o drible, mas retorna a bola para Mbappè que está na entrada da grande área, ele corta três marroquinos, chuta mascado e bola ainda bate em um zagueiro, mas termina nos pés de Randal Kolo, que antes de dar seu primeiro toque na bola, já que havia entrado em campo trinta segundos antes, somente a bola e o gol escancarado; um toque, um gol e dezenas de abraços dos companheiros que também ficaram alegremente surpresos.
Essa França é forte; se há uma seleção que pode bater a Argentina, essa seleção é a França.
Vada come vada, domingo teremos mais um tri-campeão do mundo.