O Campeonato Paranaense de Futebol entra em sua reta final deixando evidente quem é o destaque e quem é verdadeiro perdedor do certame e de espaço no esporte. Definidas as quatro agremições que disputam as semifinais, vemos quatro das cinco maiores cidades do estado representadas; Curitiba, que se imaginava teria duas na semifinal, tem uma vaga com o Athletico. Ele vai enfrentar o Maringá da cidade de mesmo nome, e que como a capital tinha duas equipes no páreo nas quartas. Ponta Grossa presente com um Operário que cresce na competição; bateu o Aruko, time revelação do campeonato e que veio para ficar. Depois esse estranho Cascavel. Começou bem na competição, com três vitórias e dois empates, depois vieram derrotas, goleadas e empates, um deles com o Coxa em Curitiba. Já era um prenúncio do epílogo de ontem.
Curitiba, Maringá, Ponta Grossa e Cascavel; Londrina não ! No ano passado, o Tubarão já tinha sentido a pressão por ter ficado fora das semifinais, mas ter ficado fora das quartas, é mesmo um fiasco. O Londrina já teve páginas difíceis, mas depois que subiu em 2011, após ser rebaixado em 2009, o Tubarão nunca mais tinha ficado fora das quartas de finais.
A coisa tá russa lá em Londrina ?
Tá russa sim, e pode ficar mais ainda. Se isso será bom para o clube ou não, só o tempo dirá. O gestor do LEC – Sérgio Malucelli confirmou no início de março que está conversando com grupo russo para compra da SAF. A empresa interessada seria a Total Sports Investments – revelou o site Globo Esporte. A TSI é de propriedade de Roman Dubov. Se fala de R$ 100 milhões.
A torcida nunca morreu de amores com a parceria com Sérgio Malucelli, mas depois de 10 anos à frente do clube, em 2021, o acordo com a SM Sports foi renovado por mais cinco. A decisão não agradou parte da torcida que teve que aceitar o acordo, já que o histórico a Malucelli era favorável.
O gestor chegou ao Tubarão em 2011. O clube estava praticamente falido, com intervenção da Justiça por conta de dívidas trabalhistas. No campo, o LEC seguia jogando a Segundona do Paranaense e longe de qualquer Série do Brasileirão. Com Malucelli,
o Londrina conquistou o quarto título do estado em 2014, garantiu vaga à Série D, subiu à C e à B e quase foi à Série A em três oportunidades. Em 2017, fo campeão da Primeira Liga; torneio nacional inventado pela CBF e que não pegou, mas o Tubarão ficou com o caneco.
A TORCIDA CHIA CONTRA A SAF
“Eu vejo com muita tristeza todo esse processo”, diz o Alisson Poças, torcedor que faz parte da Bancada Alviceleste do Londrina. “A diretoria do Londrina tem afirmado que só receberam propostas de compra com o Centro de Treinamantos incuído no valor. No meu ponto de vista o Londrina Esporte Clube não deve ficar refém da venda de uma propriedade da gestora do futebol do Londrina”.
Mas Alisson não é só contra o conteúdo da proposta; para o torcedor londrinense, o clube tem raiz no associativismo e há muito potencial para financiar o clube com a torcida como dona.
“Sou radicalmente contra a SAF, que em suma é a morte do futebol como o conhecemos. O grande capital especulativo nos quer espectadores e não torcedores. Nesse sentido eles estão pouco se lixando para o nosso sentimento. Ainda acredito no modelo associativo, de gestão profissional do futebol”.
Perguntamos a Poças sobre o que ele pensa da afirmação do gestor que disse ao site Globo Esporte que disse o time vai subir subir esse ano, com ou sem a SAF.
“Essa historinha de que se vender o Londrina, vamos subir para a Série A, isso pra mim, é história pra boi dormir. Temos vários times que já fizeram a SAF e vai chegar num momento que vai faltar taça para tanto time que vai ser “campeão”. Observem o exemplo do Botafogo que prometeu “subir de patamar” e não conseguiu ficar entre os quatro classificados do carioca. O Cruzeiro mesmo, que tem Ronaldo Fenômeno, como “gestor” é candidatíssimo a ser rebaixado no Campeonato Brasileiro, segundo os próprios dirigentes. O Bahia que ficou fora da Copa do Nordeste e quase não classificou para a semifinal do campeonato baiano. Não existe mágica. Muito menos “salvadores da pátria”. E mais ainda, não temos nenhuma Madre Tereza de Calcutá envolvida em compra e venda de times”, concluiu.
Em meio a incertezas, descontentamentos e sem calendário nos próximos 40 dias, o Londrina segue a preparação para a estreia na Série B de 2023 O Tubarão entra em campoem Londrina no dia 15 de abril contra o ABC. Até lá, a torcida anuncia que vai continuar protestando; e pior, tendo que assistir futebol de Maringá, Curitiba, Cascavel e Ponta Grossa na tv..