fonte: euronews
É um recorde alarmante. De acordo com os investigadores do jornal Communications Earth & Environment, a camada de gelo da Gronelândia registou uma perda de 532 mil milhões de toneladas no ano passado. Isto significa que, em 2019, mais de três milhões de toneladas de água fluíram, todos os dias, para os oceanos, o que levanta preocupações sobre o aumento do nível do mar.
O diretor do estudo, o cientista Ingo Sasgen, frisa que “o que é ameaçador é que estamos constantemente a bater novos recordes de perda de massa na Gronelândia. Em 2012, quando assistimos ao último grande evento de fusão, foi dito que se tratava de um evento único num século e que não se repetiria tão cedo. Agora, apenas sete anos mais tarde, em 2019, tivemos condições atmosféricas que voltaram a provocar um derretimento maciço no local”.
De acordo com o estudo, a mudança dos padrões climáticos, provocada pelo ritmo crescente do aquecimento global, resultou em menos cobertura de nuvens e, por conseguinte, menos neve. O aumento de dias ensolarados e quentes, na região, acelerou, também, a perda de massa.
Sasgen refere que “o aquecimento a que já estamos a assistir no Ártico é demasiado elevado para que a camada de gelo atinja o equilíbrio. O aumento de 1,5 graus Celsius em comparação com a era pré-industrial é bastante elevado e está a fazer com que o gelo continue a derreter. Não temos tido um ano com um balanço de massa positivo desde 1997”.
De acordo com as estimativas, o derretimento de todo o manto de gelo da Gronelândia levaria a uma subida de seis metros do nível do mar, em todo o globo. Os cientistas referem, no entanto, que ainda não é possível saber se o ponto de não-retorno já foi atingido.