número ainda indeterminado de mortos e feridos, segundo os funcionários do hospital. O exército israelita diz ter encontrado vários membros do Hamas durante a operação. Segundo os relatos, os militares israelitas entraram no hospital e obrigaram cerca de 460 pessoas, incluindo doentes, médicos e outro pessoal do hospital a deslocar-se para outro edifício, que não está preparado para tratar doentes. Terão ainda feito várias detenções, por vezes acompanhadas de torturas e maus-tratos.
Raed Abed, ferido deslocado do Hospital Nasser, conta o que viu: “Deixavam passar as pessoas em grupos de cinco. Levavam aqueles que queriam. Ficámos lá durante muito tempo, das três às seis horas, e eu estava de pé, sem conseguir levantar-me ou andar. Quando queriam levar alguém, tiravam-lhes as roupas, batiam-lhes e torturavam-nos.”
O Hospital Nasser, a maior instalação médica ainda em funcionamento na Faixa de Gaza, esteve bloqueado pelo exército israelita durante vários dias, limitando a entrada de alimentos e medicamentos, alegadamente para impedir o acesso dos palestinianos feridos. Na véspera do ataque, Israel ordenou a evacuação dos civis “devido à ameaça do Hamas”. Khan Younis continua a ser um dos principais objectivos israelitas, enquanto se prepara uma potencial operação terrestre em Rafah.
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, justifica o ataque ao hospital e culpa o Hamas: “Se não fosse o Hamas a começar esta guerra, a tomar os nossos reféns e a esconder-se no hospital, não precisaríamos de estar no hospital. O Hamas começou esta guerra. Israel vai acabar com esta guerra“, diz.
O Washington Post publicou imagens de satélite do que se diz serem “trabalhos de limpeza e construção” no Egito, junto à passagem de Rafah. Alegadamente, trata-se do local de um campo de refugiados, preparado para um êxodo de palestinianos em caso de uma operação terrestre israelita em Rafah. O Egito não confirma esta informação.
EURO NEWS