HOMILIA – Batismo de Jesus – “E do céu veio uma voz: ‘Tu es meu filho amado, em ti ponho o meu benquerer’”

Por Padre José Oscar Beozzo

JOÃO BATISTA BATIZA JESUS - reprodução internet

BEOZZO: Batismo- “E do céu veio uma voz: ‘Tu es meu filho amado, em ti ponho o meu benquerer’”

Com a festa do Batismo de Jesus, conclui-se o tempo do Natal e inicia-se a série de domingos do tempo comum. Esta série será interrompida pela Quaresma, a Páscoa, a Ascenção, Pentecostes e o domingo da Santíssima Trindade. É então retomada, até a chegada, no final de novembro do novo tempo do Advento. O evangelho de Lucas pinta o cenário para o evento do batismo, dizendo que Jesus deixou Nazaré na Galileia e foi para o sul, para a Judeia, à beira do rio Jordão, onde João Batista, estava pregando um batismo de penitência e conversão (Lc 3, 15-16, 21-22). É o primeiro reencontro entre os dois, não mais no seio de Maria e de Isabel, mas como adultos. Lucas acrescenta que o povo estava numa grande expectativa e que interrogavam a João se ele não era o Messias, o que ele negava (3, 15). À multidão que se aglomerava e perguntava: “— O que devemos fazer?”, João respondia com palavras muito diretas que deviam mudar de vida: “quem tem duas túnicas, dê uma, a quem não tem e o mesmo faça quem tem comida”. Aos cobradores de impostos falava para não extorquirem as pessoas: “Não exijais mais do que está estipulado”. E aos policiais e militares que perguntavam: “O que devemos fazer?”, João respondia: “— Não maltrateis e não denunciais ninguém e contentai-vos com vosso pagamento” (3, 10-14). Jesus entrou na fila dos que se reconheciam como pecadores, ele, que não era pecador, fazendo-se batizar por João, junto com todo o povo, como sinal de conversão. Há um detalhe que só encontramos em Lucas: É que, “enquanto Jesus orava”, acontece o duplo testemunho do Espírito e do Pai: “Jesus também recebeu o batismo. E enquanto rezava, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu sobre Jesus em forma visível, como pomba. E do céu veio uma voz: ‘Tu es o meu Filho amado, em ti ponho o meu benquerer’” (3, 21-22). O batismo é uma declaração de amor do Pai pelo seu Filho, que vai agora assumir publicamente sua arriscada missão de anunciar o Reino dos céus, reino de justiça e de bondade. Lucas anota que, nesse momento, para calar a voz incômoda de João Batista, Herodes mandou prendê-lo e colocá-lo na prisão (3, 19-20). Mateus narra, por sua vez: “Ao saber que João fora preso, Jesus se retirou para Galileia. Saiu de Nazaré e se , estabeleceu em Cafarnaum”, junto ao lago, no território de Zabulon e Neftali”(Mt 4, 12-13). Cafarnaum vai tornar-se a “sua cidade”, na aventura do seu ministério. No batismo de cada criança ou adulto, Deus repete essa declaração de amor. Que ela parta para a vida levando essa preciosa jura de amor de Deus para com ela, apoiada no testemunho do padrinho e da madrinha junto à pia batismal. Que possa caminhar na certeza do que nos diz São Paulo: “Não sabeis que vosso corpo é templo do Espírito Santo que recebeis de Deus e reside em vós” (1 Cor 6, 19). Cada batizado é templo do Espírito e morada de Deus. Rezemos pelas equipes da Pastoral do Batismo, pelas secretarias paroquias e pelos párocos para que vivam junto com os pais a alegria deste momento em que trazem seus filhos para receberem o batismo e serem acolhidos na comunidade dos seguidores de Jesus.