Chegamos praticamente aos últimos dias da vida de Jesus. Ele sai de Jericó no vale do rio Jordão, para empreender a subida para Jerusalém, onde será crucificado. 27 quilômetros, apenas, separam as duas cidades, mas o caminho é íngreme e tortuoso, para se vencer os mais de mil metros de diferença na altitude.
Jericó, a “Cidade das Palmeiras” perto do Mar Morto, está a uns 270 metros abaixo do nível do mar, enquanto Jerusalém no alto das montanhas de Judá, fica quase 800 metros de altitude. Diz o evangelista Marcos que Jesus saiu da cidade com os discípulos acompanhado de uma grande multidão. Sentado à beira da estrada estava um cego pedindo esmola. Devia ser bem conhecido na cidade, pois o evangelho registra seu nome: Bartimeu, filho de Timeu (Mc 10, 46-52). “Quando ouviu dizer que Jesus Nazareno, estava passando, começou a gritar: ’Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim’! Logo apareceram muitos repreendendo-o, para que se calasse (10, 47). Aí que ele gritou mais forte: “Filho de Davi, tem piedade de mim”. É Jesus quem para e manda chama-lo. Aqueles mesmos que o repreendiam foram até ele e disseram: “Coragem, levanta-te, Jesus te chama”. Diz o evangelho que o cego jogou o manto que o cobria, deu um pulo e foi até Jesus que lhe perguntou: “O que queres que eu te faça?” O cego respondeu: “Mestre, que eu veja” (10, 51). Bartimeu, cego, mendigo, colocado à margem, à beira da estrada, não enxergava, mas “viu” mais do que toda a multidão e os discípulos. Viu no Nazareno, o “Filho de Davi” e pede com confiança para ser curado. Jesus, prontamente lhe diz: “Vai, a tua fé te curou”. Prossegue o evangelho: “No mesmo instante, ele recuperou a visão e SEGUIA JESUS PELO CAMINHO” (10, 52). Que tenhamos a mesma prontidão do cego, de pular, de ir até Jesus, de abrir-lhe o coração e pedir que ele nos cure de nossas cegueiras e aceite que possamos segui-lo pelo caminho de entrega a todos e todas, sem exceção, por amor.