Neste quinto domingo do tempo pascal, reencontramos Jesus no seu discurso de despedida dos discípulos (Jo 13, 31-35), depois do inusitado e chocante gesto de lavar os pés dos discípulos e do veemente protesto de Pedro: “Jamais me lavarás os pés” (13,8). A cena é atravessada ainda pelo perturbador anúncio da traição de um dentre eles: “Eu vos asseguro que um dentre vós me entregará” (13, 21). Tentando atenuar o choque de sua partida, Jesus chama os discípulos de “filhinhos”: “Filhinhos, por pouco tempo estou ainda convosco” (13, 33). Mais adiante, assegura, porém: “Não nos deixarei órfãos, mas voltarei a visitar-vos” (14, 18). Por mais que queira Jesus diminuir o impacto de sua morte, o abalo do grupo com a traição de Judas, a negação de Pedro e a covarde fuga de todos eles no momento de sua prisão, estamos diante do desconcerto da sua morte e da desagregação do grupo. Vivemos estes momentos de desconsolo e perda de rumo, quando um desastre leva um pai de família, quando falece u’a mãe deixando filhos pequenos, quando num lar, uma criança perde a vida, quando desemprego ou desavença desmancham o convívio familiar, quando parte a companheira ou o companheiro de toda uma vida, quando uma enchente leva sua casa e arrasa todo um bairro, ou desastres coletivos como uma guerra se abate sobre um povo e tudo destrói à sua frente. Para as comunidades perseguidas e abatidas do seu tempo, João escreve no Apocalipse, na segunda leitura deste domingo, mirando o futuro e o que vivemos também nos dias de hoje: “Deus enxugará toda lágrima dos seus olhos. A morte não existirá mais e não haverá luto nem choro, nem dor, porque passou o que havia antes. Aquele que está sentado no trono disse: ‘Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21, 4-5). O evangelho de João, com os olhos postos na ressurreição, adianta que “se o grão de trigo não morrer, ficará sozinho, mas se morrer, muito fruto há de dar” (12, 24) e que não vai pedir que seu Pai o livre dessa hora, na certeza de que Ele o glorificará: “Veio uma voz o céu: — o Eu o glorifiquei e de novo o glorificarei” (12, 28). Para o grupo assustado e inseguro Jesus aponta uma direção e qual o sustento para caminhada: “Eu vos dou um novo mandamento, amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar uns aos outros” (13, 34). Não se trata mais de “amar os outros como a si mesmo”, mas de um modo diferente de amar: amar como ele nos amou, sem medida: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos” (15:13). Jesus conclui essa parte do seu discurso de despedida, indicando o sinal, e sobretudo qual a atitude pela qual podem serão reconhecidos os seus discípulos: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros” (13, 35)
16 de junho é Dia de São Ciro e Santa Julita
Julita vivia na cidade de Icônio, de família muito rica, era pertencente à alta aristocracia cristã de sua região. Ficou...
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