Essa forte interpelação dos dois homens vestidos de branco dirigida aos apóstolos que, parados, “continuavam olhando para os céus, enquanto Jesus subia”, é também endereçada a nós e às nossas comunidades. Nesta solenidade da Ascensão do Senhor, a liturgia nos oferece a conclusão do evangelho de Luca, em que Jesus, relembra aos discípulos a palavra das Escrituras: “Assim como está escrito: o Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia e, no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém” (Lc 24, 46-53) Jesus que ascende aos céus, entrega a nós a sua missão: “Recebereis o poder do Espírito Santo que descerá sobre vós para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e na Samaria e até os confins da terra” (At 1, 8). A conclusão do evangelho de Lucas (que cobre os eventos de sua vida, desde o anúncio a Zacarias de que sua mulher Isabel teria um filho na sua velhice, “porque para Deus nada é impossível”; a anunciação a Maria, até sua morte e ressurreição), está focada na sua despedida dos apóstolos, no dia mesmo da Páscoa. Jesus leva os discípulos para os lados de Betânia: “Ali ergueu as mãos e abençoou-os. E enquanto os abençoava, afastou-se deles e foi levado aos céus” (Lc 24, 50-51). Jesus não pode transformar o mundo do seu tempo, atravessado por sofrimentos, exploração dos pequenos, pesados tributos do império romano, hipocrisia religiosa, brigas e traições, mas o foi mudando com sinais antecipados do seu Reino, pequenos gestos de bondade e compaixão: abraça as crianças e as abençoa, toca o leproso, antes de curá-lo, corre até a casa de Jairo, chefe da sinagoga para tentar salvar sua filhinha e termina por ressuscitá-la. Comovido diante da viúva de Naim, que leva seu filho único para sepultá-lo, dirige-se a ela dizendo “Não chores”, antes de devolver a ela, com vida, o seu filho. Abençoa os cinco pães e dois peixes e os reparte para a multidão que o acompanhava há três dias e não tinha mais o que comer. O último gesto de Jesus foi o de abençoar os seus discípulos. Crianças que saem correndo para a escola ou para brincar num vizinho, ainda gritam: “Bença, mãe” e recebem a resposta: “Que Deus te abençoe”. Pagola comenta: “Num mundo, onde é tão frequente ‘maldizer’, condenar, prejudicar, difamar, é mais necessária do que nunca a presença de seguidores de Jesus que saibam ‘abençoar’, buscar o bem, fazer o bem, atrair para o bem. Uma Igreja fiel a Jesus está chamada a surpreender a sociedade com gestos públicos de bondade, rompendo esquemas e distanciando-se de estratégias, estilos de atuação e linguagens agressivas que nada tem a ver com Jesus, o Profeta que abençoava as pessoas com gestos e palavras de bondade”. Jesus vem ainda de encontro ao desamparo dos discípulos com a sua partida e ao vazio deixado por sua ausência, dizendo-lhes: “Eu enviarei sobre vós aquele que meu Pai prometeu. Por isso, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto” (24, 49). O Espírito prometido que será derramado sobre seus discípulos em Pentecostes e a nós no batismo e no crisma, será o selo de sua perene presença entre nós. No relato da Ascensão no evangelho de Mateus, Jesus vai ao encontro dos onze discípulos na Galileia, no monte que lhes havia indicado, para confiar-lhes a continuidade de sua missão. Falou-lhes: “Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra: ‘Ide, então, e façam com que todas as nações se tornem discípulas, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo o que lhes ordenei” (Mt 28, 18-19). Conclui com uma soleníssima promessa, que deve nos reconfortar, animar-nos na tarefa que nos é confiada e manter viva nossa esperança: “Eis que eu estou com vocês, todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28, 20). Neste domingo, a Igreja celebra o 59º. Dia Mundial das Comunicações, com o tema: “Partilhai com mansidão a esperança que está nos vossos corações”. (Cf. 1Pd 3, 15-16).. É também o início da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (01 a 08 de junho), com o tema: “Crês nisso?” (Jo 11, 26): https://www.cnbb.org.br/semana-de-ora…
12 de Julho é dia de São João Gualberto
Origens Segundo filho dos Visdonini, João Gualberto nasceu no ano de 995 em Florença. Assassinato do irmão Seu irmão foi...
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