No dia 1º. de novembro, celebramos a festa de Todos os Santos e Santas, transferida neste ano para o domingo, dia 03 de novembro. No dia 2, Finados, vamos visitar o cemitério, oramos e agradecemos a Deus pela vida de nossos pais e avós, de todos nossos antepassados, parentes e amigos/as, pelo que nos ensinaram, pelo exemplo que nos deram e pelo bem que deles recebemos. No evangelho de hoje (Mt 5, 1-12), Jesus proclama oito bem-aventuranças. Esse anúncio ficou conhecido como o Sermão da Montanha, pois Jesus subiu a um monte, provavelmente uma colina, para poder ser visto e ouvido pela grande multidão que se aglomerou. Começou, então, a ensinar, mas não deu normas, como fez Moisés no monte Sinai, apresentando as tábuas com os dez mandamentos da Lei. Jesus surpreende a multidão onde havia coxos, cegos, mudos, paralíticos, gente faminta e desamparados de toda sorte. Dirige-se eles, aos pobres, aflitos, oprimidos e marginalizados. Proclama-os felizes e bem-aventurados. Aos pobres que nada tem, promete o seu Reino; aos afligidos, consolação; aos despossuídos, a terra (5, 3-5). Acrescenta: “Bem-aventurados os que tem fome e sede de justiça, porque serão saciados; bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia; bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus” (5, 6-8). Para nós, que vivemos o paradoxo de nos apresentarmos como cristãos e, ao mesmo tempo, alimentamos discursos de ódio e ofensa, de apoio a guerras e à violência policial nas periferias, soa com toda força a palavra de Jesus: “Bem aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos e filhas de Deus” (5, 9). Comunidades indígenas e quilombolas, jovens negros nas periferias das cidades, os muitos mártires que tombaram por defenderem a justiça, a solidariedade e a partilha, compreendem de imediato o que Jesus proclama: “Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus” (5, 10). Arremata ainda Jesus: “Bem aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim, alegrai-nos e exultai, porque será grande vossa recompensa nos céus” (5, 11 e 12).