Ataque dos EUA e Reino Unido no Iémen foi “ato defensivo”, diz NATO. Houthis garantem que vai haver retaliação.
As potências ocidentais ameaçaram atacar novamente os Houthis se os ataques a navios internacionais no Mar Vermelho persistirem.
Os rebeldes do Iémen dizem que os ataques durante a madrugada de sexta-feira levados cabo pelos Estados Unidos e Reino Unido fizeram cinco vítimas mortais. Ficaram feridas mais seis pessoas, que serão também combatentes ligados à organização.
Num comunicado, o presidente norte-americano, Joe Biden, disse que os ataques foram lançados somente após repetidos avisos e foram necessários, uma vez que estava ameaçada a “liberdade de navegação”.
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, também argumentou que os ataques foram “necessários e proporcionais”, depois das investidas dos Houthis contra navios de guerra britânicos.
“Todos esses navios estão na região para garantir a segurança interna da navegação comercial nesta rota vital do comércio mundial. E foi importante, tendo avisado os Houthis há mais de uma semana, o Reino Unido, os Estados Unidos e um grande número de aliados e parceiros mostrarem que não iríamos tolerar ataques contínuos ao transporte marítimo”, disse o ministro da Defesa do Reino Unido, James Heappey.
A NATO já afirmou que o ataque dos EUA e do Reino Unido no Iémen foi um ato militar “defensivo”.
A Rússia, que solicitou uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU, após os ataques no Iémen, condenou a iniciativa dos Estados Unidos e do Reino Unido, considerando a intervenção militar “ilegítima”.
Entretanto, os Houthis já garantiram que vão continuar a atacar os navios com destino a Israel e que os ataques da última noite vão ter resposta.
“As forças armadas iemenitas não hesitarão em atacar as fontes da ameaça, juntamente com todos os alvos agressivos em terra e no mar, em defesa do Iémen, a sua soberania e independência. Esta agressão brutal não dissuadirá o Iémen da sua posição de apoio ao povo palestiniano injustiçado”, assegurou Yahya Saree, porta-voz da organização, em conferência de imprensa.
Apoiados pelo Irão, os Houthis alegam que as suas ações bélicas numa das vias marítimas mais importantes para o comércio mundial são uma forma de demonstrar solidariedade com o povo palestiniano por causa da guerra na Faixa de Gaza. Muitos dos seus alvos recentes não estão, ainda assim, diretamente ligados a Israel. euronews