A história de Maringá e dos maringaenses se confunde com a história de Dom Jaime Luiz Coelho, primeiro Bispo da Diocese e primeiro Arcebispo da Arquidiocese da cidade. Ele chegou ao município em março de 1957, quando a cidade tinha cerca de 10 anos de existência, e à medida que seu trabalho foi crescendo, a cidade também se desenvolveu.
À ele, se atribui a criação da Faculdade embrionária da UEM, a construção da Catedral Nossa Senhora da Glória, a abertura e consolidação da Santa Casa de Misericórdia, além do extinto Jornal Folha do Norte do Paraná e da TV Cultura de Maringá – filiada à Rede Globo, que deixou de existir no início do novo século para dar espaço a outra rede de emissoras.
Toda essa história e muitas outras, escritas, gravadas e materializadas através de roupas, móveis, livros e centenas de objetos, pode ser visitada na exposição inaugurada ontem, 17, na sala do Museu de História e Artes Hélenton Borba Cortes que fica no primeiro andar do teatro Calil Haddad.
Passando por lá, é possível que como ontem, você encontre pessoas como o jornalista Everton Barbosa, que junto com a também jornalista Luciana Pena, escreveu a biografia autorizada de Dom Jaime. Barbosa, teve a chance de trabalhar com o Arcebispo em seus últimos anos frente à Arquidiocese, e pode acrescentar detalhes preciosos sobre o personagem que fez jus à fama de Sentinela de Maringá – que também é o nome da exposição que renda honra à história do Arcebispo.
“Ter convivido com Dom Jaime foi um enorme privilégio, e nada do que foi falado sobre ele aqui na cerimônia é exagero; nós somos resultado de Dom Jaime Luiz Coelho; e um resultado muito bom, com desenvolvimento social, econômico e cultural sob a liderança dele”, comentou Everton.
Com ingresso gratuito e aberta ao público até dia 31 de outubro, a exposição funciona entre segunda e sexta-feira, das 8h às 20h, e aos sábados, domingos e feriados, das 8h às 17h.
O atual Arcebispo de Maringá – Dom Severino Clasen, disse durante a cerimônia inaugural “que não teve a honra de conhecer Dom Jaime”, mas que de tanto ouvir suas histórias e ler sobre sua vida, tem a impressão de tê-lo conhecido.
“Trazer a memória e os fatos que o recordam, é mantê-lo vivo entre nós; é isso que é importante; a beleza de nossa fé tem uma raiz e Dom Jaime faz parte dessa história.
Na vida religiosa como também nos princípios da ética e da moral em nossa cidade, Dom Jaime foi e continua sendo referência para todos nós’, disse Dom Severino.
O curador da exposição – Padre Marcos Roberto dos Santos é também coordenador de uma comissão que organizou toda a programação em recordação dos dez anos de falecimento de Dom Jaime. Santos, também teve a oportunidade conviver com o Arcebispo e de ler todos os quase 1800 artigos escritos por ele de 1957 a 1997.
Victor Simião, secretário de Cultura de Maringá, faz coro a tudo o que foi dito sobre Dom Jaime e lembra que a figura do Arcebispo superou os limites da religião e ganhou respeito de toda a sociedade em vários âmbitos que só ganharam e progrediram sob sua influência.
“Católicos ou não, precisamos reconhecer que a influência de Dom Jaime doou equilíbrio à política, à economia, à cultura, a educação e a tudo o que ele participou ativamente. A homenagem é justa e a secretaria de Cultura não mediu esforços para abrigar esse exposição que nos ajuda a conhecer a figura fundamental e central para refletirmos sobre a história de Maringá”.