Os incêndios florestais dos últimos dias no Chile já registrou112 mortos e não estão a dar descanso aos bombeiros. Em Viña del Mar, onde os fogos lavram com mais intensidade, pelo menos 1.600 pessoas ficaram desalojadas e um célebre jardim botânico de 1931 foi consumido pelas chamas este domingo.
Vários bairros na parte leste da cidade foram cercados pelas labaredas e pelo fumo, surpreendendo algumas famílias dentro das próprias casas. Segundo as autoridades chilenas, 200 pessoas estão dadas como desaparecidas em Viña del Mar e arredores, zona conhecida por ser uma popular estância balnear e por acolher um conhecido festival de música no verão do hemisfério sul.
A cidade de Quilpé, no centro do Chile, também foi fustigada pelos incêndios. O balanço de 112 mortes pode aumentar, já que as equipes de resgate procuram corpos por entre os destroços das casas que colapsaram, sendo que várias das pessoas que chegam aos hospitais estão em estado crítico.
O governador da região de Valparaíso, à qual pertencem Viña del Mar e Quilpé, acredita que alguns dos fogos têm mão criminosa. Os incêndios na área de Viña del Mar começaram em zonas montanhosas de difícil alcance, mas entretanto já se propagaram a bairros densamente povoados na periferia da cidade. Já foram consumidos 8.000 hectares de floresta e áreas urbanas. Para evitar pilhagens, foi decretado em algumas áreas o recolher obrigatório.
O presidente do Chile, Gabriel Boric, declarou dois dias de luto. “Todo o Chile está sofrendo. Mas nós vamos reerguer-nos”, afirmou.
Os incêndios no Chile começaram numa semana em que as temperaturas subiram até níveis sem precedentes no centro do país. Nos últimos dois meses, o fenómeno El Niño causou secas e temperaturas elevadas no oeste da América do Sul, o que tem aumentado o risco de incêndios florestais.
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