InfoGripe: Crescem internações e óbitos por influenza

FOTO: Unicef/Evgeniy Maloletka

Divulgado nesta quinta-feira (2/5), aponta manutenção do aumento do número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no país. O atual cenário é reflexo do crescimento de casos de vírus sincicial respiratório (VSR) e de influenza em diversas regiões. A análise destaca que a ampliação da circulação do VSR tem gerado aumento expressivo da incidência e mortalidade de SRAG nas crianças pequenas, superando aquelas associadas à Covid-19 nessa faixa etária. Outros vírus respiratórios que se mantêm com alta incidência de SRAG na população até 2 anos são Sars-CoV-2 (Covid-19) e rinovírus.

 

O número de casos de óbitos SRAG tem se mantido significativamente mais elevado nos idosos, com amplo predomínio de Covid-19. Nas crianças pequenas, as mortes associados ao VSR mantêm amplo predomínio nas últimas oito semanas epidemiológicas, refletindo o cenário da circulação viral do período. Entre o total de óbitos, o aumento de influenza A faz com que o percentual associado a esse vírus entre os óbitos comece a se aproximar do observado para Sars-CoV-2 nos óbitos das últimas quatro semanas, como mostra o estudo. A análise é referente à Semana Epidemiológica 17, período de 21 a 27 de abril, e tem como base nos dados inseridos no Sivep-Gripe até 29 de abril.

Nas  quatro últimas semanas epidemiológicas a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 24,3% para influenza A, 0,4% para influenza B, 58,0% para vírus sincicial respiratório e 7,9% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Quanto aos óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 38,0% para influenza A, 1,1% para influenza B, 11,6% para vírus sincicial respiratório e 46,4% para Sars-CoV-2. Em relação aos casos positivos do ano corrente, 16,3% são de influenza A, 0,3% de influenza B, 35,8% de vírus sincicial respiratório (VSR) e 35,0% de Sars-CoV-2.

O pesquisador do Programa de Computação Cientifica da Fiocruz e coordenador do Boletim InfoGripe, Marcelo Gomes ressalta que diante do atual quadro epidemiológico do país, a vacinação é fundamental. “É muito importante que a população busque, em particular, se vacinar contra a influenza, que está com campanha aberta, ampliada nacionalmente pelo Ministério da Saúde para todas as faixas etárias. Mas como não é o único vírus respiratório que está com grande circulação, só a vacina da gripe não vai resolver todos os problemas, ela vai ajudar, obviamente, a diminuir essas internações especificamente associadas ao vírus. Por isso, o uso de boas máscaras também é um aliado extremamente fundamental, especialmente pra quem tiver indo para unidade de saúde, e também a pessoa que estiver com sintomas de infecção respiratória”.

Gomes destaca ainda a importância do uso de boas máscaras – tais como N95, KN95 e PFF2 – para quem apresenta sintomas de resfriado. As máscaras, ressalta o pesquisador, ajudam a diminuir o risco de transmissão para outras pessoas, seja no transporte público, no trabalho ou em ambientes de aglomeração. “Faça repouso, faça o isolamento, porque isso também vai ajudar não só na sua própria recuperação, como também diminuir a exposição do restante da população”, aconselha.

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