Apesar de todas as precauções, inclusive com a suspensão de viagens de Portugal, a variante brasileira do SARS-CoV-2 entrou no Reino Unido. Pelo menos seis casos foram diagnosticados em Inglaterra e um está em parte incerta.
O governo britânico está a lançar apelos para encontrar a pessoa que terá sido testada a 12 ou 13 de fevereiro, com diagnóstico positivo, mas cujo registo anexo ao alegado teste efetuado pelo próprio não ficou completo.
A popularmente apelidada variante brasileira é uma estirpe do SARS-CoV-2 descoberta no início do ano em Manaus e identificada como P1 ou B1128, partilha algumas mutações com a variante sul-africana, altamente transmissível e para a qual a vacina Oxford-AstraZeneca será pouco eficaz.
O caso vem aumentar o ceticismo de alguns cidadãos ingleses em relação às vacinas. Apesar de já terem sido vacinados 20 milhões de britânicos, entre alguns grupos étnicos ainda há alguma resistência, admite Naheed Khan-Lodhi.
“Alguns porque, nos respetivos países, tiveram no passado problemas com vacinas ou com uma farmacêutica em particular. Há muita desconfiança”, reforça o diretor clínico da clínica de saúde pública de Walthamstow, a leste de Londres.
Para Naheed Khan-Lodhi, o que é preciso agora são “profissionais de saúde a dizer que tomaram a vacina e a explicar as vantagens”. “Se (os indivíduos a serem vacinados) continuarem preocupados, devem conversar com um profissional de saúde”, acrescentou.
Alemanha
A desconfiança está a sentir-se também entre o grupo prioritário dos cidadãos germânicos mais idosos. Sobretudo contra a vacina Oxford/AstraZeneca devido às dúvidas iniciais por falta de dados sobre a eficácia nos maiores de 65 anos, já refutados pela Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla original)
Para não atrasar ainda mais a vacinação, alguns ministros de estados como a Baviera ou a Saxónia estão agora a sugerir que os lotes rejeitados pelos mais velhos sejam usados pelos mais jovens.
“Se Angela Merkel fosse em direto à televisão e tomasse a vacina (da AstraZeneca), seria ótimo”, afirmou Carsten Watzl, o secretário-geral da Sociedade Alemã de Imunlogia, numa entrevista à BBC, no domingo, onde destacou dados recentes oriundos da Escócia sugerindo que os mais idosos também ficam protegidos contra a Covid-19 se tomarem a vacina desenvolvida em parceria com a universidade de Oxford.
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