Campeão mundial em 70, único jogador a marcar em todos os jogos de um Mundial, Furacão da Copa, ídolo do Botafogo… Estas são algumas das alcunhas de Jairzinho, que comemora 80 anos nesta quarta-feira (25). Ele foi um dos pilares da Seleção Brasileira para a conquista do tricampeonato mundial, em 1970.
Jair Ventura Filho nasceu em 25 de dezembro de 1944 e é um dos grandes atacantes da história do futebol mundial. Pela Amarelinha, disputou 102 jogos, com 73 vitórias, 16 empates, 13 derrotas. Balançou as redes 42 vezes, sendo que sete se deram na Copa conquistada no México, ao lado de Pelé, Clodoaldo, Rivellino, Tostão, Carlos Alberto Torres, Gérson, entre outros, e sob o comando de Zagallo.
“Cumprimento o Jairzinho pelos 80 anos nesta data tão simbólica. O Furacão da Copa de 70 é um dos grandes heróis do nosso futebol. Ele fez gol em todos os jogos da Seleção no Mundial do México, uma façanha única, e merece ser sempre reverenciado”, afirmou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.
Além do título mundial, Jairzinho se sagrou campeão do Pan-Americano de 1963, da Copa Rio Branco de 1968 e da Taça Independência de 1972.
Na Copa em que eternizou seu nome nos livros de história do futebol, o atacante também ficou marcado pela foto de sua comemoração com Pelé, em que o Rei, erguido por Jairzinho, levanta o braço para celebrar um gol do Brasil. Icônica, a imagem estampou a sede da CBF depois do falecimento do maior jogador de todos os tempos, em dezembro de 2022.
Ídolo Botafoguense
Nascido em Duque de Caxias, município na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, ele se mudou com sua família, no fim da década de 50, para a rua General Severiano, no Bairro de Botafogo, Zona Sul da capital carioca, onde está localizada a sede do Alvinegro carioca. Anos depois, iniciou testes no Botafogo, até começar sua trajetória no profissional da equipe.
Enquanto crescia como jogador, ele teve a difícil missão de substituir Garrincha, grande ídolo do clube, que havia se transferido para o Corinthians em 1966. A camisa 7, porém, não foi um peso para Jairzinho, que disputou 412 partidas pelo Glorioso, marcou 189 gols e conquistou dois Campeonatos Cariocas (1967 e 1968), dois Torneios Rio-São Paulo (1964 e 1966) e o Campeonato Brasileiro de 1968.
Embora não fosse tão plástico quanto o Anjo das Pernas Tortas, Jairzinho tinha outras características. Era “forte como um touro”, “valente, veloz e abusado”, “sólido e eficiente”, como descrito pelo próprio Botafogo.
Em seu tempo na Estrela Solitária, jogou ao lado de outros craques como Nilton Santos, Didi, Gérson, Amarildo, Roberto Miranda, Quarentinha e Paulo Cézar Caju.
Novos caminhos
Jairzinho deixou o Botafogo em dezembro de 1974, ano em que disputou sua última Copa do Mundo pela Seleção, para rumar ao francês Olympique de Marselha. Permaneceu na França apenas até meados de 1975. No mesmo ano, ainda jogou brevemente no Kaizer Chiefs, na África do Sul, antes de retornar ao Brasil para jogar no Cruzeiro até 1976.
No período com a Raposa, levantou a taça do Campeonato Mineiro de 1975 e da Libertadores em 1976, junto de grandes nomes como Raul Plassmann, Nelinho, Joãozinho, Wilson Piazza, Zé Carlos e Palhinha.
Após a passagem pelo clube mineiro, o Furacão da Copa vestiu as camisas da venezuelana Portuguesa, pela qual conquistou o Campeonato Venezuelano de 1977, Noroeste-SP, Fast Clube-AM e Jorge Wilstermann, da Bolívia, onde venceu o campeonato nacional em 1980 e 1981. Aposentou-se em 1982 depois de retornar ao Botafogo e de atuar pelo 9 de Octubre, do Equador.