A ofensiva russa prossegue no leste da Ucrânia e em Kiev há cada vez mais suspeitas de que Moscovo esteja a preparar uma nova vaga de ataques por altura de 24 de fevereiro, data em que se assinala um ano desde o início da guerra.
De acordo com o ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, a Rússia terá convocado cerca de 500 mil soldados para a ofensiva.
O cenário de uma ofensiva “iminente” já tinha sido, também, avançado pelo Instituto para o Estudo da Guerra.
Enquanto isso, na madrugada desta quinta-feira, equipas de resgate continuavam as buscas para encontrar, entre os escombros, sobreviventes de um ataque contra um edifício residencial em Kramatorsk, na região ucraniana de Donetsk.
O ataque de ontem, contra oito imóveis do centro de Kramatorsk, provocou a morte de pelo menos duas pessoas, de acordo com as últimas informações, e fez 20 feridos, segundo o governador da região de Donetsk, Pavlo Kyrylenko.
Oitos pessoas foram hospitalizadas e duas encontram-se em estado grave.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, condenou o ataque e falou num ato de terrorismo russo.
“Kramatorsk. Terroristas russos atingiram a cidade com um míssil balístico provocando vítimas civis. Algumas pessoas ainda estão sob os escombros. Nenhum objetivo além do terror. A única maneira de parar o terrorismo russo é derrotá-lo. Com tanques. Caças. Mísseis de longo alcance”, sublinhou Zelenskyy na rede social Twitter.
Mais armas precisam-se
Perante o cenário de uma mega ofensiva iminente, a Ucrânia insiste na necessidade de mais armamento, o mais rápido possível.
As forças ucranianas a combater na linha da frente perto de Soledar, no leste do país, têm dado conta de escassez de munições para howitzers, limitando o alcance da capacidade de artilharia.
Uma fonte do governo espanhol anunciou, entretanto, que o país vai enviar entre quatro a seis tanques Leopard para a Ucrânia. O número exato depende dos trabalhos de recuperação dos tanques que não estão operacionais há vários anos.
Enquanto as tropas ucranianas continuam a combater no terreno, os civis continuam a viver com as consequências da guerra.