Nesta quinta-feira, o presidente da Assembleia Geral, Philémon Yang, iniciou a reunião de alto nível sobre Resistência Antimicrobiana anunciando a aprovação da declaração política negociada pelos países.
A aprovação, por consenso, foi recebida sob fortes aplausos dos líderes presentes.
Necessidade de ação urgente
Yang disse que a resistência antimicrobiana, ou RAM, é “uma das maiores ameaças do nosso tempo”. Segundo ele, não se trata apenas de uma crise de saúde global, mas também uma questão crítica de desenvolvimento.
O presidente da Assembleia Geral afirmou que essa é “uma questão relevante para a capacidade coletiva de tratar doenças em seres humanos, animais e plantas e melhorar a segurança alimentar”.
Ele acrescentou que o sucesso em todas estas frentes é essencial para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS. Yang ressaltou ainda que o mundo “deve agir urgentemente para conter a ameaça”.
“Futuros roubados”
Na sessão de abertura da reunião de alto nível, a vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, disse que a RAM representa um “perigo complexo e existencial” e está entre as 10 principais ameaças à saúde e ao desenvolvimento globais, responsável por 1,3 milhões de mortes por ano.
Ela enfatizou que “estes não são apenas números, representam vidas perdidas, famílias destruídas e futuros roubados.”
Amina adiconou que essa crise custa cerca de US$ 800 bilhões anualmente em despesas de saúde e perda de produtividade e “ameaça reverter décadas de progresso médico”. Ela destacou que combater a RAM é um “imperativo moral”.
“Mais trabalho e mais dinheiro”
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, disse que o inventor da penicilina alertou o mundo sobre os perigos da RAM em seu discurso de aceitação do Prêmio Nobel em 1945.
Tedros Ghebreyesus alertou que o problema é uma das ameaças mais prementes à saúde e ao desenvolvimento e pode “reverter décadas de progresso médico”.
Segundo ele, “este não é um risco hipotético para o futuro. Está aqui e agora” e nenhum país está imune à ameaça. O líder da OMS lembrou que são os países de rendimento baixo e médio que enfrentam o maior fardo, com poucos antibióticos novos e eficazes em desenvolvimento.
Tedros disse que a maioria dos países registou progressos desde a primeira grande reunião na ONU sobre a questão em 2016, mas é urgentemente necessário “mais trabalho e mais dinheiro” para superar a ameaça crescente.
Segundo o diretor-geral da OMS, a adoção da declaração foi um bom primeiro passo com um plano de ação global que deverá entrar em vigor até 2026. Ele apelou a todos os Estados-membros para que tomem “medidas imediatas sobre os compromissos que assumiram hoje” e afirmou que a OMS está pronta para apoiar.