A doação de leite humano é uma atitude que leva saúde a centenas de bebês internados nos hospitais, especialmente aos que estão em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI).
Na Maternidade Municipal Lucilla Ballalai, o Posto de Coleta de leite humano auxilia mães que enfrentam dificuldades na amamentação, e também incentiva as que possuem produção excedente a doarem seu leite.
Este trabalho tem colhido bons frutos, e um deles é o alto número de doações, que tem crescido desde setembro de 2019.
Com uma média de 23 litros, coletados por mês, em janeiro de 2020 o posto de coleta da Maternidade Municipal recebeu 50 litros e 620 mililitros de leite humano, doados por mães que amamentam.
O número, considerado expressivo, surpreende ainda mais por se tratar de uma época do ano em que as doações caem bastante.
A nutricionista da Maternidade Municipal, Carolina Kato Prado, considera que o crescimento reflete mudanças na abordagem que a equipe implementou na assistência às lactantes. “Nós já tentávamos manter contato com as doadoras, de forma que elas sentissem proximidade conosco. Recentemente, estreitamos ainda mais esse contato, ligando diretamente no telefone delas ou enviando mensagens no WhatsApp, o que melhorou a comunicação com essas mães”, comentou.
Anteriormente, o contato com as doadoras de leite humano era feito por telefonista, que conferia a necessidade de busca dos frascos de leite. “Se um profissional de saúde faz o contato, essas mães conseguem tirar dúvidas sobre a extração do leite, armazenamento, e até sobre medicamentos permitidos na amamentação. Elas também relatam algumas dificuldades próprias da amamentação e, em um primeiro momento, buscamos tranquilizá-las, mas se necessário orientamos a virem até a Maternidade para atendimento”, explicou a nutricionista.
Com mais informações à disposição, e uma espécie de consultoria à distância, as mães conseguiram aumentar o volume de leite humano destinado à doação. Prado citou que, no momento, são cadastradas 43 doadoras, sendo que a maioria teve o parto realizado na própria Maternidade Municipal. “Todas as mães que tiveram bebês aqui são orientadas quanto à extração de leite e sobre o posto de coleta. As que nós detectamos que já possuem uma produção excedente recebem o kit para doação, composto por máscara, touca, frasco esterilizado e etiqueta, já no momento da alta. Mães que tiveram bebês em outro hospital nos procuram, indicadas pelas que tiveram parto aqui, e algumas delas se tornam doadoras também”, disse.
Em Londrina, a referência em doação de leite humano é o Banco de Leite do Hospital Universitário, que conta com o envolvimento de parceiros para manter seu estoque. Um dos principais fornecedores é o Posto de Coleta da Maternidade Municipal, já que o leite humano arrecadado ali é encaminhado ao HU. “Eles pasteurizam esse material, sendo que a maior parte fica com o HU e é destinado aos bebês internados com alguma condição que impossibilite a amamentação pela própria mãe, principalmente os prematuros. E uma pequena parte retorna pasteurizada para nós, já que não precisamos de todo o leite que coletamos”, detalhou Prado.
Como ser uma doadora
Mães residentes em Londrina, que amamentam e ainda assim permanecem com leite disponível podem entrar em contato com a Maternidade Municipal para conferir se têm condições de doar.
A Maternidade Municipal Lucilla Ballalai fica situada na Avenida Jacob Bartolomeu Minatti, 350, e o telefone para informações sobre amamentação é 3372-9850.
“Verificamos os exames de pré-natal e teste rápido dessa mãe, que tem que estar amamentando o próprio filho e ter excedente de leite. Esse excedente a gente observa quando, mesmo após o bebê dela mamar, as mamas permanecem cheias, mais turgidas. E a extração desse leite a mais é necessária para evitar complicações, como mastite”, destacou a nutricionista da Maternidade Municipal.
E quanto mais leite a mãe conseguir extrair, mais o corpo irá produzir. “Quanto mais o bebê dela mamar e ela fizer a extração, mais leite será produzido. Então a doação não deixa que falte leite para o bebê dessa mãe, além de ajudar outras crianças”, frisou Prado.
Fonte: ASCOM Londrina