Estudo realizado por pesquisadores do Laboratório de Ecologia e Comportamento Animal (Leca) da UEL constatou 121 registros de ratões-do-banhado em 34 dias de observação realizada às margens do Lago Igapó 2, no Centro de Londrina. O roedor tem capacidade de invasão muito grande e é listado pela International Union for Conservation of Nature’s (IUCN) como uma das cem espécies invasoras mais prejudiciais do mundo. O levantamento está sendo realizado desde o final do ano passado e faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do estudante de Ciências Biológicas Emiliano Esquivel Granja, natural do Equador. Ele é orientado pela professora Ana Paula Vidotto Magnoni, do Departamento de Biologia Animal e Vegetal.
Considerando o total de aparições da espécie no intervalo das observações, os pesquisadores estimam que existam cerca de 15 animais da espécie habitando o entorno do Lago, que tem uma pista de caminhada de aproximadamente de 2,5 km, área nobre de Londrina, e atrai diariamente milhares de pessoas que buscam atrativo natural ou um local aberto para realizar exercícios físicos. Os pesquisadores alertam que, embora o animal não seja considerado uma espécie perigosa, trata-se de um roedor que pode transmitir doenças como toxoplasmose e leptospirose. O animal age ainda como reservatório de diversas zoonoses que podem infectar tanto humanos quanto animais de companhia e criação.
Outro possível impacto é o ambiental. A espécie tem hábitos noturnos e escava tocas nas margens de rios e lagos como moradias. Estas tocas podem ser grandes e profundas, trazendo mais problemas para a conservação daquela área, já bastante degradada por problemas relacionados a assoreamento, qualidade da água e pouca vegetação ciliar. Como os cinco lagos de Londrina são conectados, os pesquisadores acreditam que existam ratões-do-banhado habitando as demais áreas abrangidas pela bacia hidrográfica do Ribeirão Cambé, que compreende aproximadamente 76 km², dos quais cerca de 50 km² são de drenagem urbana, e 26 km² em área rural. ASC/UEL