A notícia não é exatamente uma surpresa. Descontentes há meses com a performance do Tubarão na Série B do Brasileiro, e que culminou com a queda do time para a Série C, diretoria do clube e a torcida passaram a pressionar o gestor da SM SPORTS – Sérgio Malucelli, a deixar a direção do clube após 12 anos de relacionamento. Na Série B, o clube só venceu 7 dos 38 jogos que disputou; empatou dez e perdeu 21 vezes. Foi uma campanha de Lambari.
Na noite de ontem, 29 dos 30 conselheiros do clube votaram à favor do rompimento do contrato que só terminaria em 2025.
O acordo prevê que o gestor abrirá mão dos R$ 7 milhões
de recursos que a Liga Forte destinou ao Londrina
e o LEC assume uma dívida de R$ 14 milhões.
MANUTENÇÃO DO CT DE PROPRIEDADE DE MALUCELLI CUSTA R$ 170 MIL POR MÊS
Ainda não ficou definido se o clube vai assumir a gestão do Centro de Treinamento. É uma propriedade de Malucelli que tem 156 mil metros quadrados, quatro campos de futebol, quadra de areia e piscina semi olímpica. O campo número 1, é designado para realizar partidas oficiais, possuindo vestiários, área para torcida, academia, alojamento para hospedar até 80 atletas, biblioteca, sala de televisão e vídeo, salão de jogos e internet wi-fi. Além disso, o CT tem um restaurante onde são servidas quatro refeições diárias, com uma alimentação balanceada e controlada por nutricionista. Uma curiosidade; A lavanderia do CT de Malucelli, seria uma das maiores ou a maior da cidade. O custo de manutenção do espaço é de R$ 170 mil por mês.
A CRISE
Em março, houve boatos sobre a venda do clube a uma SAF russa, em outubro se falou de americanos e na semana passada sobre o suposto interesse de um milionário paranaense em assumir o Tubarão, mas no fim não deu em nada, e a diretoria preferiu tentar a sorte.
Agora o clube que está se preparando para o Campeonato Paranaense de 2024, vai ter que ir atrás de outro investidor, ou se aventurar em uma administração dos tempos antigos e que no passado, levou o time à quase extinção.
VEJA COMO FOI O LONDRINA COM MALUCELLI
Malucelli assumiu o clube no final de 2010; em 2011, conquistou a Segundona do Paranaense, em 2013, já na Primeira Divisão, foi campeão do interior e em 2014 chegou ao título de campeão paranaense da elite. Em 2014 foi bem na Copa do Brasil, sendo eliminado pelo Santos na terceira fase do certame. A campanha rendeu ao Tubarão vaga na Série D do Brasileiro, e ao eliminar o Anapolina (GO), o time subiu para a Série C; em 2015, venceu o Confiança e subiu para B, onde ficou até ser rebaixado esse ano. Nesse meio tempo, o time também conquistou em 2017, o título da Primeira Liga, campeonato que não vingou como ideia nos anos seguintes. Em 2018, o Tubarão de Malucelli esteve perto de subir para a Série A; ficou em oitavo na B, mas a apenas duas vitórias de uma vaga no Brasileirão. Em 2021 chegou ao segundo título paranaense da Primeira Divisão, o quinto da história do clube, e depois, tudo começou a ruir.
A DECADÊNCIA
Em 2022, não ficou nem entre os quatro das semifinais; e em 2023, só não caiu para a Segundona, porque era impossível ser pior do que Rio Branco e Foz. Ainda neste ano, para completar a péssima fase, foi eliminado na Copa do Brasil por um time que eu nem sabia que existia; perdeu de 4 a 2 para o Nova Mutum no dia 22 de fevereiro; já naquele tempo, alguém deveria ter percebido que o que viria pela frente poderia ser pior e foi. Agora, é hora de novamente alguém perceber e fazer as escolhas certas para voltar crescer e fazer pazes com a vitória. Em 2023, entre Copa do Brasil, Paranaense e Série B do Brasileiro, o Tubarão entrou em campo 67 vezes; venceu somente nove, empatou 14 vezes e sofreu 44 derrotas.
Ainda assim, se trata de uma gestão vitoriosa, que deixa o clube num lugar, que sozinho jamais teria chegado..
A torcida agora, é para que exista um plano, que não permita que o Londrina volte para onde estava quando Malucelli chegou em 2011.