Londrina vive o pior momento da pandemia. Por Nelson Bortolin da Rede Lume de Jornalistas

Cidade tem recorde de médias móveis de mortes e de novos casos

Londrina vive o pior momento da pandemia.  Por Nelson Bortolin da Rede Lume de Jornalistas

foto: Isaac Fontana

Enquanto o Brasil registra queda no número de mortes e de novos casos de Covid-19, Londrina vive seu pior momento da pandemia. Neste sábado (5), a cidade atingiu as médias móveis de 3,29 mortes diárias e de 148 novos casos diários. São os índices mais altos desde o começo da crise.

A média móvel é a soma do número de mortes ou de novos casos nos últimos sete dias dividida por sete. A média de mortes vem crescendo sem parar na cidade desde o dia 24 de agosto, quando foi de 0,71/dia. Anteriormente, havia atingido seu pico no dia 18 de agosto: 2,43. Na última semana a cidade também ultrapassou, pela primeira vez, o índice de 80% de ocupação de leitos de UTI Covid.

“Infelizmente, Londrina vem apresentando esse cenário, decorrente do (baixo) nível de isolamento social, com relaxamento da população num patamar de normalidade, reuniões, churrascos, encontros, praticamente como não vivêssemos a Covid-19. Além disso, Londrina atende mais 20 municípios da região e os diversos surtos que ocorrem”, afirma a presidente da Associação Médica de Londrina (AML), Beatriz Tamura.

Ela explica que, até a semana passada, a cidade se encontrava na classificação “laranja” da pandemia, que significa “risco moderado”. Na próxima terça-feira (8), o Grupo de Trabalho Covid-19 se reúne novamente para a análise dos novos dados e na quinta-feira o o Centro de Operações em Saúde Públicas de Londrina (Coesp) vai discutir os novos números.

Questionada se serão sugeridas medidas mais restritivas para o enfrentamento da pandemia, a médica diz que não pode dar declarações pelo órgão, apesar de integrá-lo. Mas afirma ser natural que, caso a classificação de Londrina passe para a “vermelha”, novas medidas sejam recomendadas. “Mas a decisão de adotar ou não cabe ao prefeito (Marcelo Belinati)”, declara.

No início de agosto, o Coesp chegou a levantar bandeira vermelha para a pandemia em Londrina, sugerindo medidas mais restritivas. No entanto, as recomendações do órgão foram desconsideradas pela Prefeitura, que manteve a abertura de igrejas, academias, praças de alimentação, parques a praças públicos.

Segundo boletim epidemiológico atualizado às 17h40 de sábado, Londrina acumula 186 mortes pela Covid-19. São 6.717 casos, sendo 5.925 curados. Havia 606 casos ativos, com 506 pessoas em isolamento familiar e 100 internadas – sendo 58 em UTI e 42 em enfermaria.

No total, Londrina fez 30.029 testes para detecção da doença do tipo RT-PCR, sendo que 28.821 tiveram resultado negativo e 491 aguardavam os laudos. A ocupação dos leitos de UTI para Covid-19 para adultos pelo SUS era de 74%.

 

Lume aguarda pedido de entrevista feito à assessoria da Prefeitura.

 

 

Fonte: www.rededejornalistas.com