Uma semana depois do início dos fogos mortais no sul da Califórnia, o Serviço Meteorológico Nacional dos Estados Unidos (NWS) lançou um alerta sobre o ressurgimento de “ventos particularmente perigosos” de Santa Ana para as primeiras horas desta quarta-feira. Entre as três da manhã e as três da tarde, as rajadas podem ultrapassar os 100 km/h e por isso existe o “perigo extremo de incêndios“, sendo que a região mais afetada será a noroeste da cidade de Los Angeles, em particular o Vale Simi e Thousand Oaks.
Em comparação com a semana passada, segundo o NWS, os ventos serão “mais fracos, mas ainda fortes”. Mais de 6 milhões de pessoas continuam sob ameaça crítica das chamas.
“Não quero que as pessoas comecem a pensar que já está tudo bem. Ainda não está tudo bem”, disse o xerife do condado de Los Angeles, Robert Luna, avisando que a situação “ainda é muito perigosa durante as próximas 24 horas”.
O número total de mortos subiu para 25, mas as autoridades acreditam que ainda haverá mais vítimas mortais. Pelo menos 24 pessoas foram dadas como desaparecidas, 18 delas no incêndio de Eaton, no nordeste de Los Angeles, e seis nos arredores de Pacific Palisades.
O Departamento de Saúde Pública do Condado de Los Angeles alertou que a poeira e as cinzas levantadas pelo vento podem afetar a qualidade do ar na região, assinalando as crianças, os idosos, as grávidas e os doentes com problemas cardíacos ou pulmonares como os grupos de maior risco, mas enfatizando ao mesmo tempo que as pequenas partículas em causa podem causar irritação ou agravar problemas de saúde preexistentes em qualquer pessoa.
Por razões de segurança, os residentes são aconselhados a permanecerem no interior com as janelas e portas fechadas, e a utilizarem um purificador de ar ou a ligarem os aparelhos de ar condicionado no modo de recirculação, se possível, recomendando-se a quem tiver de sair que use máscara e óculos de proteção.
Até terça-feira, 84. 800 pessoas tinham sido avisadas de que poderiam receber ordens de evacuação, enquanto outras 88 mil já tinham abandonado as suas casas.
Mais de 12 mil estruturas foram destruídas e as estimativas apontam para um prejuízo de cerca de 250 mil milhões de dólares (mais de 240 mil milhões de euros), o que poderá fazer deste incêndio o mais custoso da história dos Estados Unidos (EUA).
Recuperação
Na terça-feira, a presidente da Câmara Municipal de Los Angeles disse que só depois de ter sobrevoado os locais mais atingidos é que começou a avaliar a imensidão dos danos. “Uma coisa é ver na televisão, outra coisa é ver do ar. A destruição maciça é inimaginável até a vermos de fato”, declarou Karen Bass, ao mesmo tempo que salientou a necessidade de pensar já no futuro: “Enquanto estamos atravessando o que espero que sejam as últimas horas desta emergência, é também altura de começar a falar sobre a nossa recuperação”.
Bass emitiu uma ordem executiva para facilitar os trabalhos de remoção dos destroços e acelerar os esforços de reconstrução, diminuindo para tal a burocracia exigida. A autarca ordenou iguamente que 1.400 unidades de habitação possam ser já ocupadas temporariamente. Outra autoridade, o supervisor do condado de Los Angeles, informou que seria emitida uma declaração de emergência para impedir a alegada extorsão de preços por parte dos senhorios da região durante a crise. euro news