Maringá entra na lista de cidades que querem ter uma Zona de Processamento de Exportação – ZPE. O anúncio foi feito na manhã desta quinta-feira, 23, pelo prefeito Silvio Barros (PP) durante um encontro que reuniu na Associação Comercial, vereadores, secretários municipais, comerciantes e representantes da sociedade civil . O prefeito assinou decretos autorizando o início do processo de desapropriações de terrenos localizados nas imediações do Aeroporto Regional de Maringá que é onde a municipalidade tem intenção de instalar a ZPE. Segundo o alcaide, a municipalidade está preparado para investir até R$ 100 milhões só nas desapropriações. Silvio disse em seu pronunciamento “que quem gosta de fórmula 1 sabe que conquistar a pole position não significa ganhar a corrida”, e que Maringá mesmo começando o processo muito depois das cidades que já estão na fila, tem tudo para chegar na frente porque vai cumprir todos os exigentes requisitos do Governo Federal ZPE.
“A ZTE é uma área industrial estabelecida por Lei Federal, onde as empresas que se instalam podem se obter benefícios tributários e sociais para que elas possam exportar. Maringá tem o diferencial de poder ter uma zona de processamento e exportação porque temos um aeroporto que já está alfandegado e que pode se tornar um hub de carga internacional”, disse Silvio em entrevista a OFATOMARINGA.COM.
“Hoje decretamos a criação, o início do processo, definimos uma área que será desapropriada e com esta área nós damos entrada no Ministério de Desenvolvimento Econômico para a solicitação dos benefícios federais. Existe uma lista de requisitos que precisam ser cumpridos. Entre eles, temos que ter já uma empresa âncora definida para que o Ministério possa considerar prioritário”, explicou o prefeito.
MAIOR DATA CENTER DE IADA AMÉRICA LATINA DEVE SER A EMPRESA ÂNCORA DA ZPE MARINGAENSE
É no requisito de ter uma empresa âncora para alcançar o topo da lista de espera e a consequente homologação para funcionamento da ZPE que a maioria das cidades que pleiteiam tê-la esbarram. É aí que Ricardo Barros (PP) – deputado federal licenciado e atual secretário de Indústria e Comércio do Estado do Paraná entra. Ele através do Governo do Paraná assinou um protocolo de intenções com a empresa RT-ONE que no evento de hoje na ACIM foi representada por seu diretor executivo Fernando Palamone.
“Estive em Brasília no início desta semana em uma reunião com o vice-presidente da República e Ministro Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços – Geraldo Alckmin, e disse a ele que nós vamos respeitar rigorosamente todos os requisitos para implantar a ZPE em Maringá e que a RT-ONE será parceira do Paraná e de Maringá nessa empreitada. Alckmin é muito sensível à nossa causa e nos disse que aquilo que o Governo Federal espera das cidades que querem implantar uma ZPE é justamente que cumpram os requisitos em modo rigoroso, e é isso que nós vamos fazer”, argumentou Ricardo Barros em entrevista a OFATOMARINGA.COM.
A empresa RT-ONE atua há 20 anos exterior com unidades de Data Center no México, Suiça e Estados Unidos. Em Maringá, o investimento do Data Center será de cerca R$ 6 bilhões. Em entrevista a OFATOMARINGA.COM, Palomane disse que quando a unidade maringaense estiver pronta para funcionar daqui a seis meses, a RT-ONE vai gerar cerca de 2 mil empregos e diretos e um número ainda maior de atividades econômicas coligadas. O CEO disse ainda que a intenção da RT-ONE é lançar entre cinco e nove unidades, incluindo parques tecnológicos e data centers interligados, e centros educacionais no Brasil, sendo Maringá um dos principais eixos desta expansão estratégica.
“A gente acredita que levarão seis meses para obtermos todos os alvarás necessários, e a partir daí, iniciaremos o processo de construção que vai envolver parceiros tecnológicos que nos garante que no prazo de mais um ano o Data Center já estará funcionando em Maringá”, disse Fernando Palamone em entrevista a OFATO.
ZPEs no Brasil
Atualmente 17 cidades pleiteiam junto ao Ministério do
Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços,
mas só duas já estão em atividade; a primeira em Pecém
no Ceará e a segunda em Parnaíba no Piauí. Além delas,
uma terceira deve começar a funcionar em Cáceres no
Mato Grosso. A unidade já passou por vistoria que
atestou a conclusão das obras em conformidade com
o cronograma físico-financeiro pactuado junto ao CZPE.