Marl de Londrina recebe bom público na exibição do documentário “Isso Fala Mais de Você”

Filme foi produzido pelo Portal de Notícias e web tv OFATOMARINGA.COM

Marl de Londrina recebe bom público na exibição do documentário "Isso Fala Mais de Você" 1

O Canto do Marl – Coletivo de Artistas de Rua que ocupa um prédio público na Avenida Duque de Caxias, 3241,  em Londrina desde 2016, recebeu no sábado, 10 de setembro, a exibição do documentário ISSO FALA MAIS DE VOCÊ, produzido por  OFATOMARINGA.COM no âmbito do edital Bolsa Pesquisa Aldir Blanc da Secretária Municipal de Cultura de Maringá com recursos do Governo Federal.

A exibição acontece no contexto do Feirão da Resistência e da Reforma Agrária. A Feira comercializa produtos  agrícolas e artesanais produzidos nos acampamentos do MST. Cerca de 60 pessoas participaram das atividades, que contaram com a colaboração de Márcio Teixeira, do Centro Vocacional Juvenil, como facilitador para o debate, inúmeras pessoas da comunidade LGBTQI de Londrina, além de alunos e professores do Curso de Especialização de Comunicação e Cultura, da Universidade Estadual de Londrina.

Para Andressa Faria, uma das participantes, “as atividades representam muito, pois o fazer histórico é muito importante, para não esquecermos de que lado estamos, somos oprimidos pelas engrenagens do sistema e devemos nos posicionar diante das injustiças”.
Já para Gregory Mattos, “a exibição do documentário deveria acontecer mais vezes e popularizar a discussão, mais ou menos isso que vocês estão fazendo aqui hoje. Aliás, estão de parabéns, pela riqueza abordada no documentário e pela Roda de Conversa, estou de alma lavada”, conclui.

Alisson Moreira Poças, um dos organizadores do evento cultural, comemorou o bom êxito da iniciativa.

O documentário sobre a luta pelo reconhecimento de direitos por parte da cidadania LGBTQIA+ aborda as consequências de não obstante os avanços legislativos registrados na última década no Brasil, no interior, e até na melhor cidade do país, ainda há muita resistência de minorias que desejam ver seus padrões morais servirem de regra no reconhecimento de direitos de cada cidadão; direitos que devem ser concedidos e garantidos pelo Estado sem a exigência de requisitos, a não ser os previstos na Constituição.

No caso do documentário que aborda a problemática em Maringá, o pano de fundo é composto por dois projetos de Leis de interesse dos cidadãos LGBT rejeitados na Câmara de Maringá em 2021. A primeira relacionada à concessão do uso do nome social para servidores públicos municipais; e a segunda sobre a rejeição do projeto de Lei que dava vida ao Conselho Municipal LGBT.

Ligiane Ciola e José Carlos contam que a produção do filme mostra o clima instaurado na cidade por parte de militantes contrários a concessões de direitos à cidadania LGBT, entrevista edis convictos e pressionados, acompanha o desenrolar das votações, observa negociações entre partidos, evidencia demonstrações de incoerência, circula entre os protestos de contrários e favoráveis e ouve os relatos de cidadãos LGBTs perplexos com os retrocessos no Legislativo enquanto ainda curam velhas feridas das violências sofridas.

“São relatos sobre algozes que talvez por falta de coragem, recorrem à violência injustificada por inveja a liberdade que não ousam ter; pelo menos publicamente”, dizem os autores.

Sem respeitar qualquer linha temporal, o documento alterna registros factuais de sessões e entrevistas com cidadãos LGBTs de Maringá. O filme de 69 minutos foi contemplado no edital Prêmio Bolsa Pesquisa e Fazer Artístico Cultural – Lei Aldir Blanc do Governo Federal e marca a estreia em longas metragens para a direção assinada por Ligiane Ciola e José Carlos Leonel. O documentário tem como classificação indicativa – “Livre para todos os públicos”.