Mercadante: Brasil enfrenta negacionismo econômico

No Palácio do Planalto, o presidente do BNDES defendeu que a reindustrialização do país exige medidas ousadas; setor siderúrgico anunciou R$ 100 bilhões em investimentos no Brasil até 2028

foto:reprodução euro news

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou, nesta segunda-feira (20/05), que o país enfrenta um negacionismo no debate econômico. “Não só tivemos, no Brasil, um negacionismo na saúde pública, um negacionismo ambiental, mas tem um negacionismo no debate econômico. Essa ideia de abertura comercial unilateral é ingênua e é insustentável no mundo que nós estamos vivendo”, disse ele, durante anúncio de investimentos pelo setor siderúrgico, em solenidade no Palácio do Planalto.

No evento, com as presenças do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, empresas do setor siderúrgico anunciaram investimentos de R$ 100 bilhões no país até 2028.

Segundo Mercadante, nos últimos 20 anos, o BNDES investiu R$ 39 bilhões no setor. “Nós estamos com a porta aberta, queremos estar na linha de frente dessa parceria, muito mais orgânico na relação, como foi no passado, o BNDES e o setor siderúrgico”, afirmou ele, que ressaltou ser importante enfrentar o negacionismo e tomar medidas mais ousadas para reindustrializar o país. “A indústria siderúrgica, durante 25 anos, cresceu 10% ao ano. Então, onde que nós nos perdemos? Nesse emaranhado que nós estamos envolvidos aí desde o consenso de Washington, que não é consenso nem mais em Washington”, disse.

 

“Estamos iniciando a reversão da desindustrialização que o Brasil foi vítima. Isso não vai se aprofundar se nós não tivermos uma relação mais criativa entre Estado e mercado. Não é voltar ao modelo anterior. Mas um Estado que induz, um Estado que seja parceiro, um Estado que ajude a financiar e ajude a defender o setor produtivo, porque o protecionismo está por toda a parte”, completou.

ASC/BNDES