“Não tenho dúvida que Moro vai ser condenado”, afirma Arilson

"Pedágio se tornou câncer econômico no Paraná", afirma Arilson Chiorato (PT). Deputado coordenador da Frente Parlamentar pede participação popular na Audiência programada para sexta, 21, em Maringá
                
                    Deputado coordenador da Frente Parlamentar pede participação popular na Audiência programada para sexta, 21, em Maringá

Confiança na Justiça Eleitoral. Esse é o sentimento que o deputado estadual e presidente estadual do Partido dos Trabalhadores (PT-PR), Arilson Chiorato (PT), diz ter sobre o julgamento do ex-juiz Sergio Moro, que teve início nesta segunda-feira (01/04) pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). O atual senador foi denunciado pela Federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV) e pelo Partido Liberal (PL) por abuso de poder econômico, uso indevido dos meios de comunicação e caixa dois.

“Eu não tenho dúvidas que o senhor Sergio Moro será condenado, cassado e responsabilizado por tudo que é apontado neste processo, pois há indícios líquidos e certos de abuso, de muito abuso, de poder econômico. Contratações milionárias de advogados, cinegrafistas e até jatinho. Aliás, só de jatinho foram R$ 900 mil”, pontuou o deputado Arilson durante o uso da tribuna na sessão desta segunda-feira na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP).

“Fica aqui a minha confiança na Justiça Eleitoral do Paraná, que o ex-juiz responda pelo crime praticado, pois ele foi beneficiado no processo eleitoral e pode ter alterado o curso das eleições, uma vez que os outros concorrentes não tiveram as mesmas oportunidades”, avalia o deputado Arilson, que esteve no TRE no início da tarde acompanhando o julgamento do ex-juiz Sergio Moro.

Para o parlamentar, as ações, movidas pela Federação Brasil da Esperança e pelo PL, demonstram de forma tácita, através de documentação robusta, provas de que houve abuso de poder econômico no processo eleitoral, em especial na pré-campanha.

“Há fortes evidências de uso do Fundo Partidário, tanto do Podemos quanto do União Brasil, para pré-campanha à presidência do Brasil, mas que virou, no meio do caminho, ao Senado pelo Paraná após tentar disputar as eleições por São Paulo. Inclusive, o hotel em que ele morava em São Paulo foi pago com o dinheiro do Fundo Partidário do Paraná. Uma flagrante transgressão do processo eleitoral. Abuso sistematizado. Abuso planejado do recurso público”, aponta.

De acordo com o deputado Arilson, os documentos apontam gastos cinco vezes maiores que o permitido pela legislação eleitoral. “As falas dos advogados hoje deixaram claro que não há como não ser condenado, e com provas, porque diferente de tempos atrás em que era juiz e condenava baseado em convicção e apresentação de PowerPoint, as ações são sustentadas por provas documentais”.

Parecer do MPF

O próprio Ministério Público Federal (MPF), em seu parecer, reconhece que a “a lisura e legitimidade do pleito foram inegavelmente comprometidas pelo emprego excessivo de recursos financeiros no período que antecedeu a campanha eleitoral”.

Segundo os autos, o ex-juiz usou na pré-campanha R$ 2.030.228,09 pelo Podemos e União Brasil, o que representa 39,78% do total de despesas contratadas pela própria campanha eleitoral e 110,77% da média de gastos em campanha eleitoral dos candidatos ao Senado nesta unidade da federação.

O TRE reservou três sessões para o julgamento, nos dias 1º (hoje), 3 e 8 de abril. Caso seja condenado, o senador Sergio Moro, além de ter o mandato cassado, ficará inelegível até 2030.