Novo programa vai reduzir filas de exames e consultas especializadas no SUS, diz Zeca Dirceu

Nísia Teixeira vai anunciar na semana que vem o “Mais Acesso a Especialistas”, com foco inicial na oncologia e no tratamento de doenças crônicas.

Foto: Erasmo Salomão/SAES/MS

O secretário nacional de Atenção Especializada, Adriano Massuda, adiantou nesta terça-feira, 14, ao deputado Zeca Dirceu (PT) que será lançado, na semana que vem, o novo programa do Ministério da Saúde para reduzir filas de exames e de consultas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). É o “Mais Acesso a Especialistas” que, integrando serviços e procedimentos especializados, terá foco inicial na oncologia e no tratamento de doenças crônicas.

“A pandemia deixou também uma demanda reprimida de exames e consultas e esse programa vai garantir um atendimento mais ágil e integrado nas unidades de saúde em cada município”, explica Zeca Dirceu após reunião com Massuda em Brasília.

O programa encontra-se no desenvolvimento da sua primeira etapa, ou seja, de adesão das prefeituras. Segundo Massuda, o Ministério da Saúde vai garantir os recursos para que as secretarias municipais de saúde possam ampliar a quantidade de consultas especializadas e exames de diagnóstico, inclusive, para aumentar a participação da rede complementar (setor privado).

Um serviço de saúde vai poder realizar todas, ou a maioria das consultas com especialistas e exames. “Contará com a supervisão da secretaria municipal de saúde para que tudo seja realizado em, no máximo 30 ou 60 dias, a depender da situação. Assim, o paciente vai para uma fila única, com agendamento único e garantia de retorno para acompanhamento”, disse Massuda.

Como vai funcionar?
A estrutura do programa será focada na integração, atendimento rápido e no acompanhamento de cada paciente. “Essa integração vai reduzir o tempo nas filas das consultas com os exames realizados em datas próximas, além de diminuir a quantidade de unidades que um paciente precisa visitar”, afirma o deputado.

A integração do programa se dará também através do médico da família, dos profissionais que atuam na atenção primária e do SUS Digital, que está presente em praticamente a totalidade dos municípios brasileiros.
Para reforçar a atenção primária, o Ministério de Saúde espera criar mais 2.360 equipes de Saúde da Família, além de 3.030 equipes de Saúde Bucal e mil multiprofissionais. A previsão é chegar em 2026 com 80% de cobertura de pessoas com acesso e atendimento de qualidade, onde também são resolvidos 80% dos casos.

Setor privado
Como referência do atendimento prestado pela rede complementar, Zeca Dirceu convidou Massuda para conhecer o Câncer Center. O complexo de Guarapuava atende uma população de 500 mil moradores, residente em 20 cidades. “É uma estrutura 100% SUS, especializada em oncologia, que reúne o Hospital do Câncer, a Radioterapia, a Quimioterapia e o Instituto para a Pesquisa do Câncer”, disse o deputado, que destacou também a parceria com a Itaipu Binacional na construção da casa de apoio às famílias dos pacientes.

Integração
O “Mais Acesso Especialistas” soma-se a outras medidas do Ministério da Saúde para reduzir as filas de espera. É o caso do aplicativo Meu SUS Digital, atendimento das UBSs com equipes até 22h, formação de mais equipes de Saúde da Família, além do Mais Médicos e da ação dos agentes comunitários.

A meta do Ministério da Saúde, segundo Zeca Dirceu, é integrar todos os serviços prestados pelo SUS através de um sistema de gestão de todos os programas, desde o de cirurgias eletivas, consultas, exames até pequenos procedimentos. “São medidas que visam otimizar os custos e despesas na saúde, bem como atualizar também a remuneração de todos dos prestadores de serviços do SUS, públicos ou privados”, avalia Zeca Dirceu.