O mundo parece estar mais seguro para os jornalistas, segundo as conclusões da principal ONG que monitoriza os perigos para esta profissão. Apesar da eclosão do recente conflito no Médio Oriente, o número de jornalistas mortos no exercício da profissão desceu para o nível mais baixo desde 2002. Segundo o relatório anual dos Repórteres Sem Fronteiras (RSF), 45 profissionais da comunicação social perderam a vida em 2023, menos 16 que o número registado em 2022.
Desses, 17 estavam a cobrir a guerra de Israel contra o Hamas. O número inclui os que foram apanhados no bombardeamento de um grupo de jornalistas no Sul do Líbano, no qual morreu uma pessoa. A RSF nota que pelo menos 13 jornalistas morreram na Faixa de Gaza desde o início do conflito, o que é um número muito elevado tendo em conta a pequena dimensão do território. O número sobe para 56, se contarmos o número de jornalistas mortos sem que isso tenha tido uma ligação com a profissão que exercem.
Maior segurança
O relatório da RSF mostra que a taxa de vítimas estabilizou nos últimos anos. Este declínio é explicado em grande parte pelo aumento da segurança dos jornalistas que trabalham na Síria e no Iraque desde 2013.
Também se registou uma grande queda nas mortes na América Latina, passando de 26 no ano passado para seis em 2023. No entanto, a região continua a ser perigosa, com ataques armados e raptos, uma ameaça constante para os membros dos meios de comunicação social em alguns países, especialmente no México.
Principais conclusões
Eis algumas das conclusões mais importantes a tirar deste relatório:
Uma diminuição global do número de jornalistas mortos no exercício da sua atividade ou por causa dela.
Uma diminuição significativa do número de jornalistas mortos no exercício da sua atividade na América Latina. Apesar disso, a RSF nota que esta continua a ser uma região do globo perigosa para a profissão, dando como exemplo a recente onda de raptos e ataques armados no México.
As zonas me conflito são mais mortíferas do que países pacíficos para os jornalistas. Este ano, 23 jornalistas foram mortos no exercício da sua atividade em zonas de conflito, a esmagadora maioria dos quais (17) no conflito entre Israel e o Hamas.
521 jornalistas estão detidos em todo o mundo. A Bielorrússia chega ao Top 3 dos países que mais aprisionam jornalistas, juntamente com a China e Myanmar.
54 jornalistas em todo o mundo estão feitos reféns à data de publicação deste relatório
. Dos sete raptados este ano, dois jornalistas ainda estão em cativeiro.
84 jornalistas estão dados como desaparecidos: quase um em cada três jornalistas desaparecidos é mexicano.
O México continua a ser o país com mais jornalistas desaparecidos no mundo,
31 num total de 84.
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