O senador Álvaro Dias, (Podemos), chegou a Maringá ontem, 6, para participar de uma solenidade de colação de grau em uma Faculdade Particular. Hoje pela manhã, Dias recebeu no saguão do hotel onde estava hospedado, um grupo de empresários do setor da construção civil.
A equipe de O FATO MARINGÁ, entrevistou o senador “AO VIVO”, abrindo com uma pergunta que se diferencia do nome do partido só pela presença de um ponto de interrogação:
– Podemos ?
Antes de responder a pergunta, o senador abriu um parênteses para explicar o contexto do encontro com os construtores e aproveitou para enfatizar a importância dos financiamentos para o “Minha Casa, Minha Vida.
– “Eu estou aqui recebendo esse pessoal da construção civil, são pequenos construtores que trabalham principalmente no âmbito do programa “Minha Casa, Minha Vida”, explicou o senador, “tenho feito essa ponte em Brasília porque esse projeto ajuda o trabalhador a realizar seu maior sonho, que é ter a casa própria. Isso é muito importante, pois quando o setor da construção está aquecido, gera muitos empregos e riqueza. Os recursos são cada vez mais escassos”, continuou Álvaro, “e ouvir sugestões me ajudará a apresentar as reinvindicações do setor ao novo ministro do desenvolvimento regional e principalmente junto ao Ministério da Economia“, completou o senador.
Sobre o “Podemos”, o senador disse que “é um partido em construção” e que não veio a Maringá para falar de política pois o partido ainda não definiu quem será o candidato a prefeito em Maringá.
“Em hipótese nenhuma ficaremos de fora das eleições municipais em Maringá. Ainda não sabemos quem será o candidato. As conversas estão acontecendo e logo divulgaremos o nome do nosso pré-candidato”, garantiu o senador.
FILIAÇÕES
Álvaro Dias disse que o #Podemos, está sendo construído no Brasil mas que por falta de estrutura administrativa ainda não consegue atender toda a demanda dos simpatizantes que querem ingressar no projeto do partido.
“Estamos lançando candidatos em todo o Brasil; Essa semana, fui à Salvador e Feira de Santana fazer filiações e lançar candidaturas. No próximo fim de semana estarei em Recife para lançar a candidatura a prefeito da delegada de polícia Patrícia Domingos”. A delegada é uma ferrenha defensora da Operação “Lava-Jato” e atuava no combate à corrupação no estado do nordeste “até que sua delegacia fosse fechada”, enfatizou o senador.
Segundo Álvaro, apesar de ser muito cobiçada por outros partidos, “ela não teve dúvidas, decidiu entrar no #Podemos, porque colocamos como prioridade, o combate à corrupção”.
REFORMA TRIBUTÁRIA: “Governo não quer fazer”
“É UMA BRINCADEIRA DO PRESIDENTE”, comentou Álvaro Dias a proposta de Bolsonaro de zerar os impostos federais sobre os combustíveis desde que os governadores também façam o mesmo com o icms sobre o setor nos estados.
“O Governo atual não quer fazer uma reforma tributária porque tem medo de perder receita“,disse o senador que continuou com críticas a Bolsonaro.
“Quem tem que liderar a reforma tributária é o Presidente da República, que não tem projeto. Não há nenhum projeto de reforma tributária de autoria do governo tramitando no congresso”, enfatizou Álvaro.
PERDENDO TEMPO
Antes de concluir a entrevista, perguntamos a Dias, se Senado e Câmara estavam muito divididos sobre o teor da reforma tributária, deixa não intencional que levou o senador a alfinetar de novo o presidente: “Sim, porque falta um líder, quem tem que comandar é o presidente, mas Bolsonaro está ausente desse processo, tanto que no ano passado quem fez a reforma da previdência foram os deputados. Está faltando agilidade e projetos competentes da parte do governo para que o país possa andar mais rapidamente. “Já perdemos dois anos e vamos perder mais um para tentar aprovar a reforma tributária que é a principal reforma para o país, e não podemos perder mais tempo. Eu gosto de ser sincero, Bolsonaro é um brincalhão. Essa proposta soa como falta de conhecimento ou desonestidade, porque 56% dos recursos tributários do país estão concentrados na União e ele quer ainda que os estados zerem o icms; não dá, como vão pagar a polícia, os professores e todo o aparato da gestão pública. O icms dos combustíveis corresponde a cerca de 30% da receita dos estados. Só com as desonerações oferecidas pelo Governo Federal, os estados perdem R$60 bilhões, se reduzirem ainda mais suas entradas, como poderão sobreviver”, concluiu o senador.