O Papa: 150 inocentes metralhados. O que as crianças têm a ver com a guerra?

No final da audiência geral, Francisco lançou um novo apelo para rezar pela paz, elencando territórios assolados por conflitos e violência: Ucrânia, Oriente Médio, Mianmar, Norte do Kiwu. E com olhar voltado para os últimos ataques na Faixa de Gaza, expressou tristeza pela morte de crianças e famílias inteiras: “A guerra está crescendo. Ninguém ganha, todos perdem”

Papa Francisco preocupado com a situação no Golfo Pérsico

O enésimo e veemente apelo do Santo Padre pela paz a partir de relatos de guerra recentes. “Ontem vi que 150 pessoas inocentes foram metralhadas. O que as crianças, as famílias, têm a ver com a guerra? Elas são as primeiras vítimas”, disse Francisco no final da audiência geral desta quarta-feira, 30 de outubro, na Praça de São Pedro.

Apelo de Francisco para que se respeite o direito humanitário: a vida é sagrada
Somente em Gaza, ontem foi um dos dias mais sangrentos desde o início da guerra. A Defesa Civil Palestina fala de “770 pessoas mortas somente nos últimos 19 dias” na Faixa. Mais vítimas foram acrescentadas ontem, depois que as forças

israelenses atingiram uma dezena de casas na área de Manara, ao sul de Khan Yunis, matando também 14 crianças, seis delas da mesma família. As crianças teriam sido mortas no desabamento de sua casa, sufocadas pela fumaça dos mísseis israelenses, segundo fontes locais. As mesmas fontes relatam o ataque do exército israelense ao hospital Kamal Adwan em Beit Lahia (norte de Gaza, um dos poucos ainda em funcionamento), onde 150 pessoas, incluindo pacientes e equipe médica, ficaram presas no pátio central. De acordo com a Al Jazeera, os tanques israelenses dispararam contra o hospital e destruíram uma estação de oxigênio. Além disso, um prédio de cinco andares em Beit Lahia, no norte de Gaza, foi bombardeado. Cerca de 100 vítimas foram confirmadas, mas pelo menos 40 pessoas continuam desaparecidas sob os escombros.

Os países que sofrem
“Rezemos pela paz, a guerra está crescendo”, disse o Pontífice no final da audiência, elencando mais uma vez as áreas do mundo atormentadas por conflitos para as quais, no domingo passado, no Angelus, ele havia pedido o respeito à “vida” e à “dignidade das pessoas e dos povos”, bem como “a integridade das estruturas civis e dos locais de culto, em observância ao direito internacional humanitário”.

Temos no pensamento os países que sofrem tanto: a atormentada Ucrânia, a Palestina, Israel, Mianmar, Norte do Kiwu e tantos países que estão em guerra.

Na guerra, todos perdem

“Oremos pela paz”, insistiu o Papa. Francisco o repetiu três vezes para os fiéis e peregrinos oriundos de todas as partes do mundo reunidos na Praça. Quase uma ladainha para que os fiéis do mundo inteiro não vejam o horror como algo natural num contexto de conflito. “Oremos pela paz. A paz é um dom do Espírito e a guerra é sempre, sempre, sempre uma derrota”.

“Na guerra ninguém ganha, todos perdem. Oremos pela paz, irmãos e irmãs…. Oremos pela paz.”

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