O Conselho de Segurança das Nações Unidas exigiu pela primeira vez, esta segunda-feira, um cessar-fogo em Gaza durante o mês sagrado muçulmano do Ramadan. Os Estados Unidos, abastiveram-se desta resolução, que também exigia a libertação de todos os reféns feitos durante o ataque surpresa do Hamas de 7 de outubro no sul de Israel. Mas a medida não associa esse pedido a um cessar-fogo durante o Ramadan, que termina a 9 de abril.
A exigência da ONU surgiu da votação que ocorreu esta segunda-feira de manhã, depois da Rússia e da China terem vetado uma resolução patrocinada pelos Estados Unidos na sexta-feira, que teria apoiado “um cessar-fogo imediato e sustentado” no conflito entre Israel e o Hamas, segundo as agências internacionais.
Os EUA alertaram para o fato de a resolução aprovada na segunda-feira poder prejudicar as negociações entre os EUA, o Egito e o Qatar, aumentando a possibilidade de um novo veto, desta vez por parte dos americanos.
A resolução, que exige um “cessar-fogo imediato” durante o mês sagrado muçulmano do Ramadão e que conduz a uma trégua “duradoura“, foi aprovada com o voto favorável de todos os outros 14 membros do Conselho de Segurança. Esta é também apoiada pela Rússia, China e pelo Grupo Árabe, composto por 22 países.
Numa declaração emitida na sexta-feira à noite, o Grupo Árabe apelou aos 15 membros do Conselho para que atuassem “com unidade e urgência” e para que votassem a favor da resolução, de modo a parar o derramamento de sangue, preservar vidas humanas e evitar mais sofrimento humano e destruição”.
O Ramadan começou a 10 de março e termina a 9 de abril, o que significa que o pedido de cessar-fogo duraria apenas duas semanas, embora o projeto de resolução diga que a pausa nos combates deveria conduzir “a um cessar-fogo permanente e sustentável”.
Desde o início da guerra, o Conselho de Segurança adotou duas resoluções sobre o agravamento da situação humanitária em Gaza, mas nenhuma delas apelou a uma solução de cessar-fogo.
Dois terços dos mais de 32.000 mortos em Gaza são mulheres e crianças
De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 32.000 palestinianos perderam a vida durante os combates. A agência não faz distinção entre civis e combatentes na sua contagem, mas afirma que as mulheres e as crianças representam dois terços dos mortos.
Gaza enfrenta também uma grave emergência humanitária, com um relatório de uma autoridade internacional para a fome a alertar, a 18 de março, que “a fome é iminente” no norte de Gaza e que a escalada da guerra pode levar metade dos 2,3 milhões de habitantes do território à beira da fome.
EURO NEWS