Neste 5 de março, as Nações Unidas marcam pela primeira vez o Dia Internacional do Desarmamento e Conscientização sobre a Não-Proliferação. A data busca promover a conscientização e compreensão das questões de desarmamento, especialmente os jovens.
A resolução para criação da celebração foi adotada em dezembro de 2022, reafirmando o papel da ONU no desarmamento e o compromisso dos Estados-membros em fortalecer esse princípio.
Tensões geopolíticas
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que a comunidade global se reúne em torno da certeza de que não há espaço para armas, sejam nucleares, químicas, biológicas ou autônomas.
Segundo ele, ainda hoje, essas e outras armas continuam a ameaçar a humanidade, com níveis recordes de gastos militares, gerando desconfiança e aumentando tensões geopolíticas que podem se transformar em conflitos ainda maiores.
Os dados da ONU apontam que em 2021, os gastos militares globais atingiram US$ 2,1 trilhões. De acordo com estimativas, 26 mil pessoas podem ser tratadas de malária pelo preço de um tanque de guerra.
Ameaça nuclear
Sobre as armas nucleares, o chefe da ONU lembra que os estoques em todo o mundo permanecem em torno de 13 mil.
Guterres reforça que essa quantidade é “mais do que suficiente para destruir nosso planeta muitas vezes” e destaca que o momento atual aponta para o risco de uso mais alto desde a Guerra Fria.
O líder das Nações Unidas fez um chamado aos governos, academia, mídia, sociedade civil, indústria e jovens para a aumentar o volume dessa emergência coletiva e a conscientização sobre a importância crítica do desarmamento e da não proliferação para o futuro da humanidade.
Agenda para a Paz
Ele também pediu que as autoridades tomem medidas para fortalecer o regime global de desarmamento e não-proliferação, incluindo o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, e apoiem uma Nova Agenda para a Paz com uma visão revigorada do desarmamento.
Para Guterres, o desarmamento e a não-proliferação são “investimentos na paz” e no futuro. Em sua mensagem para a data, ele conclui afirmando que é necessário “acabar com essas ameaças antes que elas acabem conosco”. ONU NEWS