“Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, proclamando a Boa Nova do reino e curando todo tipo de doença e enfermidade” (Mt 9, 35). Era um sem fim de pessoas, coxos, cegos, leprosos, mudos, paralíticos que acorriam até Jesus. Diz o evangelho de hoje: “vendo essas multidões, compadeceu-se delas porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não tem pastor” (9, 36). Diante da enormidade da tarefa, Jesus diz aos discípulos: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos.
A messe é grande que envie trabalhadores para sua messe” (9, 37-38). Escolhe, então, os doze, número simbólico, para afirmar que nenhuma das doze tribos, vai ficar de fora da tarefa que vai confiar a eles, a de curar os enfermos, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos, expulsar os demônios, com uma consigna específica: “… ide antes às ovelhas desgarradas da casa de Israel”. (10, 7). O que move Jesus é a compaixão diante da enfermidade, do sofrimento, da desesperança, das pessoas que se sentem perdidas e abandonadas. Jesus quer devolver-lhes vida e ânimo, para se erguerem e seguirem caminhando. Chama pescadores como Pedro e seu irmão André, como os filhos de Zebedeu, Tiago e João. Chama um odiado cobrador de impostos, como Mateus, ou ainda um zelote, como Simão, ligado ao movimento político que pregava a expulsão dos romanos ou até mesmo Judas, que será seu traidor. São chamados a se tornarem pescadores de homens, ceifeiros da messe sem operários e pastores de ovelhas desgarradas. De todos eles Jesus exige gratuidade total: “Dai de graça o que de graça, recebestes” (10, 8b). Ainda hoje seguidoras e seguidores de Jesus sentem o mesmo chamado. Está aí o meio milhão de catequistas que, nas nossas comunidades, iniciam crianças e jovens nos caminhos do evangelho, as mais de duzentas mil voluntárias da pastoral da saúde, que cuidam das crianças de seus bairros; ministros e ministras da eucaristia e dos enfermos, membros das pastorais sociais que buscam uma sociedade, onde não haja pessoas passando fome, moradores em situação de rua, desempregados, vítimas da droga ou da prostituição. Tentam todas elas seguir os passos de Jesus na compaixão e no serviço gratuito aos necessitados e necessitadas de hoje. Não deixe você de ouvir o mesmo chamado de Jesus e doar um pouco do seu tempo, do seu afeto e dos seus recursos às “ovelhas sem pastor”.