PADRE BEOZZO: Jesus Cura cego de nascença. “… Eu sou a luz do mundo” (Jo 9, 5)

4º Domingo da Quaresma

Jesus passa com seus discípulos e vê um mendigo, cego de nascença, que pede esmola nas imediações do templo em Jerusalém. (Jo 9, 1-41).

Os discípulos querem saber quem pecou? Ele ou seus pais? Jesus responde-lhes: “Nem ele pecou, nem seus pais; aconteceu para que se revele nele a ação de Deus” (v 3). Jesus cospe no chão, faz um pouco de barro com a saliva, unge seus olhos e o manda lavar-se na piscina de Siloé.

 

“Ele foi, lavou-se e voltou enxergando” (v 4). Em contraste com a cegueira dos fariseus, que dizem ser impossível aquele milagre, vindo de um pecador que violou o sábado (o pior cego é aquele que não quer ver), o cego enxerga cada vez melhor acerca de quem o curou: um homem (v. 11), um profeta (v 17), que procede de Deus (v. 33), é o Senhor (v.38).

Por isso, é expulso da comunidade pelos fariseus. Jesus o procura e o interpela: “Crês nesse Homem?” (v 35) “Quem é Senhor, para que eu creia nele?” (v 36) “Tu o viste: é Aquele que está falando contigo” (v 37) “Creio, Senhor” (v 38). Para os primeiros cristãos, o batismo era visto como uma “iluminação” e os batizados eram chamados de “neófitos”, aqueles que acabaram de ser iluminados. Assim, no evangelho de João, Jesus vai desvelando quem ele é: “Água viva”, para a Samaritana; “Luz do mundo”, para o cego de nascença”;

“Pão vido descido do céu”, para a multidão faminta; “Ressurreição e Vida”, para as irmãs de Lázaro. Que no nosso caminho quaresmal rumo à Páscoa, possamos deixar a escuridão para acolher a luz e a vida nova que nos vem do Ressuscitado.