Os dois discípulos de Emaús deixam Jerusalém abatidos e desiludidos. Tinham colocado toda sua esperança em Jesus, mas tudo desmoronara com sua condenação, crucifixão e morte.
Reconhecem que algumas mulheres lhes deram um susto, dizendo que haviam ido ao sepulcro, não encontraram o corpo de Jesus e tiveram aparição de anjos que asseguraram que ele estava vivo. Alguns dos discípulos constataram que era verdade o que diziam as mulheres, mas não o viram vivo. Por isso também eles não acreditaram e partiram para cuidar de suas vidas. Estão cegos e não reconhecem Jesus que se junta a eles no caminho e lhes explica, começando por Moisés e os Profetas, tudo o que se referia a ele nas Escrituras. Ao final da jornada, o companheiro de viagem faz menção de seguir adiante. Eles, porém, o pressionam: “– Fica conosco, porque é tarde e o dia está terminando”. “Ele entrou para ficar com eles. Sentado à mesa com eles, tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu-o e deu a eles. Então seus olhos se abriram e eles o reconheceram. Mas ele desapareceu. Eles comentavam entre si: — Não ardia o nosso coração enquanto Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” (Lc 24, 13-35). Este relato tenta responder à indagação da terceira geração dos seguidores de Jesus e de comunidades. Eles, como nós hoje, não haviam convivido com Jesus, não tiveram contato com que aqueles e aquelas que comeram e beberam com ele depois de ressuscitado. Onde poderiam agora encontrar o Ressuscitado de fato vivo no meio da comunidade? Muitos estavam desanimando e abandonando o caminho que haviam abraçado cheios de fervor e esperança. Foi no convite ao caminhante desconhecido, nas escrituras e no partir do pão que o Cristo continua realmente vivo no meio de nós e nos convida a recuperar a esperança perdida na fé no Ressuscitado. Ele nos acompanha no nosso caminhar, também quando perdemos o rumo e a força de seguir adiante. Ele é sempre fiel companheiro no caminho, mesmo quando não o reconhecemos.