Na Liturgia deste Domingo, XI do Tempo Comum, veremos, na 1ª Leitura (Ez 17,22-24), que, muitas vezes, frente aos grandes desafios, temos a impressão de estar como num jogo de futebol e estar perdendo por um placar desfavorável imenso, nos sentimos frágeis e pensamos que somos poucos os que lutam pela dignidade humana e pelo bem comum. Nesta leitura de Ezequiel, Deus nos dá a resposta, dizendo que é por meio dos pequenos e humildes que Ele age no mundo, “o ramo tornar-se-á um cedro magnífico e dará muitos frutos”. Cada um de nós é um tesouro para Deus e Ele mesmo nos diz: “Onde está o teu tesouro, ali está o teu coração” (Lc 12,33). Tesouro frágil: esse tesouro nós o levamos em vasos de barro para que todos reconheçam que esse incomparável poder pertence a Deus e não é propriedade nossa:“Somos atribulados por todos os lados, mas não desanimamos; somos postos em extrema dificuldade, mas não somos vencidos por nenhum obstáculo; somos perseguidos, mas não abandonados; prostrados por terra, mas não aniquilados; trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também nos nossos corpos… na glória e no desprezo, na boa e na má fama; Tidos como impostores e, no entanto, dizendo a verdade; como desconhecidos e, no entanto, conhecidos; como agonizantes e, no entanto, estamos vivos; como castigados e, no entanto, livres da morte; como tristes e, no entanto, sempre alegres; como indigentes e, no entanto, enriquecendo a muitos; nada tendo, mas tudo possuindo” (2Cor 4,8-10 e 2Cor 6,8-10).
Na 2ª Leitura (2Cor 5,6-10), o Apóstolo Paulo nos diz que, enquanto caminhamos, “devemos estar cheios de confiança”, pois o cristão carrega a certeza da vitória; no final, a vitória nos é assegurada, somos seguidores de um vencedor, ninguém tem o direito de se sentir derrotado, pois: “Quem vai nos derrotar? Em Cristo somos mais que vencedores”.“Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; somos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 8,35-39).
Portanto, irmãos, caminhemos não só fazendo o bem, mas multiplicando-o, pois, este não ficará sem recompensa “quando comparecermos diante do tribunal de Cristo. Ali cada um receberá o que mereceu, conforme o bem ou o mal que tiver feito enquanto estava no corpo”,com certeza, a última palavra é de Deus.
O Evangelho (Mc 4,26-34) vem complementar a reflexão sobre as duas leituras, pois retrata que, embora, nas comunidades, haja crises, obstáculos, hostilidades e resistências, mesmo assim, vale a pena continuar semeando. Não devemos ser imediatistas, mas ser perseverantes. A semente tem uma força por si mesma e se torna árvore frondosa, esta semente é o Reino de Deus. O crescimento do Reino ultrapassa nossas fragilidades, não se baseia na eficiência de nossas organizações, de nossas inúmeras atividades e programas bem elaborados. O Reino de Deus se torna realidade quando escutamos sua Palavra, quando somos humildes, quando vivemos em oração e pedimos a sua graça (grão de mostarda).
Enfim, nossa esperança no Reino de Deus não é um risco, mas certeza, como diz a canção: “Põe a semente na terra, não será em vão, não te preocupe a colheita, plantas para o irmão”.
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Pe. Leomar Antonio Montagna
Presbítero da Arquidiocese de Maringá – PR
Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças – Sarandi – PR