PADRE LEOMAR: O destinário de nosso amor sempre será Deus, mas os beneficiários sempre serão nossos irmãos

"Reflexão litúrgica: sexta-feira, 08/03/2024 – 3ª Semana da Quaresma"

arte: Arquidiocese Maringá

Na Liturgia desta sexta-feira, III Semana da Quaresma, vemos, na 1ª Leitura (Os 14,2-10), que o objetivo da pregação do profeta Oséias é provocar a conversão. A esposa infiel (Israel) não só é reprovada e censurada pelo esposo fiel (Deus), mas é também, e principalmente, cortejada e convidada a retomar seu amor verdadeiro e deixar seus caminhos errantes. O profeta enfatiza que a causa de tantos males é a política de submissão a potências estrangeiras, a confiança no poderio militar e o culto a outras divindades; em nada disso se podem encontrar a certeza de uma recuperação política, um florescimento econômico e até mesmo a salvação.

Por fim, o texto mostra que não basta uma leitura neutra para entender a mensagem do profeta; é necessário um discernimento diante das idolatrias que nos rodeiam, para enveredar-nos pelos caminhos que nos levam ao compromisso com Deus, com a dignidade humana, com o bem comum, com a solidariedade, com a justiça e com a verdade.

No Evangelho (Mc 12,28b-34), vemos que o amor a Deus e ao próximo vale mais que todas as manifestações religiosas. Neste trecho do Evangelho, Jesus resume a essência e o espírito da vida humana num ato único com duas faces inseparáveis: amar a Deus com entrega total de si mesmo, porque o Deus verdadeiro e absoluto é um só e, entregando-se a Deus, o homem desabsolutiza a si mesmo, ao próximo e às coisas. Amar ao próximo como a si mesmo, isto é, a relação num espírito de fraternidade e não de opressão ou de submissão.

O destinatário de nosso amor sempre será Deus, mas os beneficiários sempre serão nossos irmãos. Isto fica muito claro diante da pergunta que Jesus faz a Pedro: “Simão, filho de João, você me ama mais do que estes outros? Pedro respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo. Jesus disse: Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21,15ss).

 

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus. 

 

Pe. Leomar Antonio Montagna

Presbítero da Arquidiocese de Maringá – PR