Na Liturgia deste Domingo, XVII do Tempo Comum, veremos, na 1a Leitura (1Rs 3, 5.7-12), que o rei Salomão olha para si mesmo com humildade e pede o auxílio de Deus para o serviço que deve prestar ao povo que é de dele. Tal oração, que pede fidelidade, justiça e retidão do coração, não pode deixar de ser atendida. Salomão representa todas as lideranças da Igreja e da sociedade, estava em oração frente ao Tabernáculo (Gabaon). Em sua oração, ele pede bom senso e sabedoria. O Senhor o atende. Em nossas orações, o que pedimos? Quais são nossos sonhos? A oração é uma extensão do ser de cada pessoa, toda pessoa é o que pede. Geralmente, as pessoas vivem do jeito que rezam. Como vivemos em nossa família, em nosso trabalho, em nossa cidade? Se não vivemos bem, é porque não rezamos, ou, se rezamos, estamos rezando errado. Em oração, sejamos transparentes com Deus e peçamos seu amor misericordioso, assim, seremos o que rezamos.
Na 2ª Leitura (Rm 8, 28-30), o apóstolo Paulo nos diz que, em nossa existência, todos passamos por situações difíceis, mas elas são chances para o nosso crescimento, em todos os sentidos. Não podemos ser vencidos pelos problemas, lembremos que “tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus”. Onde a dor foi grande, maior foi a misericórdia.
No Evangelho (Mt 13, 44-52), Jesus nos fala do Reino: O maior milagre que Deus nos faz é nos dar a capacidade para mudar a nossa própria história, isto é, a nossa conversão (Lc 15, 17-18). Conversão é inauguração do Reino, chegada do Reino (Mc 1, 14-15). “O Reino está no meio de vós” (Lc 17,21), percebível. Mas se concretizará na vida eterna: “Venha a nós o vosso Reino” (Lc 11,2). “Compreendestes tudo isso?” Devemos entender o mistério do Reino, mas também lutar para que seus valores sejam perenes na sociedade. Estes valores são: vida digna, trabalho, justamente remunerado, liberdade, propriedade digna, direito à associação, direito à manifestação das opiniões, exercício do culto de Deus segundo a própria consciência, participação na vida política. Podemos resumir esses valores em: Civis: vida, integridade, liberdade, igualdade perante a lei; Sociais: educação, saúde, informação, cultura, meio ambiente; Econômicos: terra, alimento, trabalho, moradia.
Neste texto, Jesus nos fala do tesouro que significa paixão, sacrifícios, renúncias, heroísmos etc. “Onde está teu tesouro, está teu coração”. Tesouro é o estado de ânimo de cada um de nós no compromisso com o Reino.
Jesus nos fala, também, da rede e da pérola preciosa. A rede lançada ao mar é a própria Igreja que, com seu trabalho pastoral, tira as pessoas dos abismos e luta contra a cultura da morte. A pérola preciosa é o próprio Jesus, é necessário encontrá-lo para “vender tudo”. Jesus é nosso seguro de vida (contra a morte), este seguro de vida beneficiará outros e a nós mesmos, agora e no fim dos tempos. Quanto à sua mensagem, temos que acolhê-la com discernimento e na sua totalidade, caso contrário, Ele nos faz um alerta: “Não deem aos cães o que é santo, nem atirem pérolas aos porcos; eles poderiam pisá-las com os pés e, virando-se, despedaçar vocês” (Mt 7,6).
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Pe. Leomar Antonio Montagna
Presbítero da Arquidiocese de Maringá – PR
Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças – Sarandi – PR