PARALISAÇÃO DA TCCC: “Empresa não avisou que não pagaria salários integralmente, por isso decidimos pela paralisação”, diz Emerson Silva, vice-presidente do Sinttromar

PARALISAÇÃO DA TCCC: "Empresa não avisou que não pagaria salários integralmente, por isso decidimos pela paralisação", diz Emerson Silva, vice-presidente do Sinttromar

foto: O FATO MARINGÁ

A surpresa negativa veio sem aviso prévio. Motoristas e cobradores do transporte coletivo de Maringá cruzaram os braços na manhã desta quinta-feira, 8, e paralisaram as atividades. A empresa deveria ter pago os salários na tarde de ontem, 7, mas isso não aconteceu em forma integral e a categoria decidiu parar. 

De acordo com o vice-presidente do Sinttromar, Emerson Silva, os trabalhadores decidiram parar porque “somente 40% do valor dos salários caiu ontem na conta dos trabalhadores”. Perguntamos a ele se o sindicato não deveria ter dado aviso prévio de 72 horas antes de começar a paralisação e Emerson disse que “a empresa não avisou que não pagaria os salários integrais” e que por isso os trabalhadores decidiram começar a paralisação que deve seguir “até que os salários sejam pagos integralmente”.

Emerson Silva – Vice-Presidente do Sinttromar

O departamento jurídico da TCCC através de seu advogado Dr. Fabiano Moreira reconhece que a empresa passa por dificuldades e que não teve condições de arcar com a integralidade dos salários, mas que ontem à tarde, 7, aconteceu uma audiência no Ministério do Trabalho em que as partes, empresa concessionária, sindicato da categoria e prefeitura, teriam assumido o compromisso de aguardar que o município providenciasse o aporto necessário para pagar os salários dos trabalhadores.

Na ata da audiência se lê que a prefeitura se comprometeu a antecipar compra de passes para poder repassar recursos à empresa e a repassar os recursos à empresa até amanhã, 9, e que a concessionária por sua vez pagaria ainda na sexta-feira o resíduo salarial. 

Imagens cedidas pela TCCC mostram que às 05h23, sindicalistas param ônibus que estava saindo da empresa e pedem para que motorista retorne à garagem

Moreira, diz que o sindicato não cumpriu a parte dele e que inclusive assinaram a ata da reunião se comprometendo a aguardar por uma solução. “Muitos motoristas queriam trabalhar”, diz o advogado, “mas os sindicalistas colocaram um ônibus atravessado na saída da garagem impedindo a saída dos trabalhadores”, explicou. 

Entrevista com Dr. Fabiano Moreira – Departamento Jurídico da TCCC

O agravamento da situação financeira da empresa de transporte público de Maringá veio com a pandemia. Há mais de um ano, os ônibus só podem circular com 50% da capacidade de passageiros e isso, “reduz ainda mais a entrada de recursos no caixa da empresa”, completou.

Em fevereiro os trabalhadores fizeram uma greve que durou nove dias e que causou muitos transtornos à população. O terminal urbano Said Felício Ferreira amanheceu praticamente vazio. Os usuários foram surpreendidos pela paralisação. 

No início de março, o Tribunal de Contas do Estado do Paraná emitiu dez recomendações à prefeituras de Maringá, e deu prazo de três meses ao município para definir subsídio para o transporte público enquanto durar a pandemia. O processo de Homologação de Recomendações foi relatado pelo presidente da Corte, conselheiro Fabio Camargo. 

leia também: Prefeitura três meses para definir subsídio para o transporte público de Maringá enquanto durar a pandemia

LEIA A ATA DA AUDIÊNCIA DE ONTEM NO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

O FATO MARINGÁ percorreu algumas ruas e avenidas da cidade e ouviu usuários que não sabiam da paralisação e que insistiam em aguardar nos pontos de ônibus. 

veja as entrevistas com usuários do transporte coletivo na avenida Mandacaru e no terminal urbano 

veja as entrevistas com usuários no terminal urbano Said Felício Ferreira 

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