O Ligue 180, dispositivo central na estratégia de enfrentamento da violência contra a mulher no país, já recebeu, até o mês de julho, 84,3 mil denúncias, volume que equivale a um aumento de 33,5% em relação ao mesmo período em 2023. No Paraná, em 2024, a Central registrou 2,8 mil denúncias — um aumento de 28,86% em relação ao mesmo período do ano passado, quando houve 2,2 mil.
Entre as denúncias realizadas em 2024, 1.636 foram apresentadas pela própria vítima, enquanto em 1.216 casos o denunciante foi uma terceira pessoa. A casa da vítima ou a casa onde residem a vítima e o suspeito são o cenário onde mais situações de violência são registradas. No Paraná, 1.201 denúncias tinham como local a casa da vítima e 970 a casa onde residiam a vítima e o suspeito.
No estado, o maior número de denúncias está relacionado à violência contra mulheres entre 40 e 44 anos (438). São as mulheres brancas as vítimas mais frequentes nas denúncias (1.482) e são os seus esposos e companheiros (ou ex-companheiros) aqueles que mais cometem atos violentos (1.135).
CAMPANHA – Nesta primeira quinzena de agosto, o Ministério das Mulheres lançou a campanha “Feminicídio Zero — Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada”, com o propósito de perceber as situações de violência contra a mulher, bem como de enfrentá-las e interrompê-las, para que não existam atos extremos de violência baseada em gênero, como o feminicídio.
A campanha marca o aniversário de 18 anos da Lei Maria da Penha, no mês dedicado à conscientização para o fim da violência contra a mulher, o “Agosto Lilás”. Na noite do dia 7 de agosto (quarta-feira), uma projeção no Congresso Nacional trouxe frases da campanha e divulgou o Ligue 180 — Central de Atendimento à Mulher como principal canal para buscar ajuda, informações e também para registrar denúncias.
“O 180 tem a característica de ser muito mais preventivo e colaborativo. Gostamos de dizer que se você precisa de informações, Ligue 180. Se você está em uma situação de emergência, ligue 190”, pontuou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves. “Muitas vezes tem um vizinho, uma amiga, que não sabe o que fazer quando vivencia uma situação de violência contra a mulher. O Ligue 180 é essa referência”, completou a ministra.
O Governo Federal ainda anunciou neste mês mais uma etapa da reestruturação do Ligue 180, que agora passa a atuar de forma totalmente independente à Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos. De acordo com o Ministério das Mulheres, a mudança retoma o Ligue 180 como um serviço de utilidade pública essencial ao enfrentamento à violência contra mulheres. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana.
- É possível fazer a ligação de qualquer lugar do Brasil ou acionar o canal via chat no Whatsapp (61) 9610-0180