Secretário de Saúde, Beto Preto, realizou a prestação de contas referente ao primeiro quadrimestre -Créditos: Dálie Felberg/Alep
Durante a prestação de contas referente ao primeiro quadrimestre da Secretaria de Saúde na Assembleia Legislativa do Paraná, o secretário da Saúde, Beto Preto, disse que o estado deverá receber nos próximos dias 150 mil doses da vacina da Janssen contra a Covid-19.
O imunizante de dose única, segundo o secretário, deverá ser aplicado em grupos prioritários, como caminhoneiros e motoristas do transporte coletivo. “Devem chegar nessa semana ainda essas doses. O Ministério da Saúde dá a data de 27 de junho para última data de sua utilização. Nossa proposta pactuada com os municípios é para aplicação nos caminhoneiros, trabalhadores do transporte rodoviários e do transporte coletivo nos municípios” disse não destacando quais cidades deverão receber as doses. “É um grande esforço para vacinar todos. São 3 milhões de doses da Janssen que vêm para o Brasil. O Paraná sempre tem direito a 5%. Teremos em torno de 150 mil doses no Paraná”, completou.
O Ministério da Saúde divulgou no dia 4 a antecipação do recebimento de 3 milhões de doses da vacina da Janssen, parte das 38 milhões adquiridas.
Nessa segunda-feira (08), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, confirmou que o prazo de validade desse imunizante é 27 de junho, o que demandará uma logística acertada por parte do Ministério da Saúde para o envio aos estados que deverão repassar aos municípios, que terão em torno de 10 a 14 dias, para aplicação na população. ASC
O secretário disse ainda do esforço do Estado em vacinar a população com a primeira dose da vacina contra a Covid-19 até o final do mês de outubro. “Agora, mais do que nunca, temos que baixar a idade de imunização da população geral. O Ministério da Saúde coloca meta para dezembro para a primeira dose. Estamos colocando como meta final de outubro, sendo bastante econômico para não criar falsas expectativas e incentivando que todos tomem a vacina. Muitos que tomaram a primeira dose não voltaram para tomar a segunda dose e isso é preocupante”, alertou.
Gestantes – O secretário Beto Preto demonstrou preocupação com o aumento significativo no número de gestantes mortas durante a pandemia. A deputada Cristina Silvestri (CDN) questionou as ações em relação à vacina da marca Pfizer. De acordo com ela, seriam cerca de 250 mulheres grávidas mortas no Paraná durante a pandemia.
Beto Preto explicou que o Paraná aguarda orientação técnica do Ministério da Saúde. “Queremos incorporar a vacina da Pfizer, precisamos de liberação efetiva do Ministério da Saúde ou Anvisa. Houve uma diminuição de 25% dos partos no Paraná em 2020 e mulheres doentes em suas gestações”, afirmou. “Entre hoje e amanhã teremos um posicionamento oficial”.
“A gestação não é um quadro de doença. Esta explosão de casos no Brasil todo nos leva a pensar que é preciso vacinar efetivamente todas as gestantes. Tivemos questões com a Astrazeneca e agora queremos retomar a vacinação para todas as gestantes independentes das comorbidades”, reiterou o secretário.
Sputnik V – Já o diretor da Secretaria de Estado da Saúde (SESA), Nestor Werner Junior, falou da cautela sobre a expectativa com a vacina russa Sputnik. “Não foi completamente liberada. Teve três pedidos de importação feitos por três estados, mas não foi autorizada a aplicação ainda”, adiantou.
Segundo Nestor Werner, o material ficará retido até que se concluam os testes da Anvisa. “Será acompanhado em um grupo específico até que seja liberado. Há expectativa, mas não será incorporado no PNI. São nove mil doses em caráter experimental, um universo muito pequeno que atenderá apenas cinco mil indivíduos”, salientou.
O secretário Beto Preto anunciou o número consolidado até o dia 1º de junho de 2,36 milhões de paranaenses que receberem a primeira dose de vacina e 1,145 que receberam a segunda dose, com 3,505 milhões de doses aplicadas e 5,257 milhões de doses recebidas pelo estado através do Plano Nacional de Imunizações (PNI).
Diminuição – De acordo com o diretor Nestor Werner Junior, os números atuais demonstram que os índices sofreram alterações desde a metade de março, o que seria impacto da vacinação. “A média de mortes vem caindo, aparentemente uma motivação por conta da vacina. Mesmo tendo um número de casos com movimentação igual. Não acompanha mais o número de casos”, relatou.
Ele afirmou ainda que o estado é recordista em testagem. “2,7 milhões de exames PCR realizados pela rede pública foram liberados pela Secretaria de Estado da Saúde. Nossos dados, tanto em relação a pacientes confirmados, descartados, reparados, e número de óbitos é muito confiável. Testamos todos os casos suspeitos”.
De acordo com o secretário Beto Preto, a estrutura paranaense é satisfatória. “Os cinco mil leitos que montamos no estado equivalem a 50 hospitais de campanha de lona, com 100 leitos cada um deles. São 40 leitos de UTI e 60 de enfermaria em cada hospital, o que demonstra o respeito do governo com todas as regionais de saúde do estado”, afirmou.
Questionado pelo deputado Arilson Chiorato (PT) sobre a retomada das aulas na rede pública estadual de ensino, o secretário disse que já houve um avanço na cobertura de 65% dos profissionais da educação do nível básico em um mês de vacinação. “Anunciamos a vacinação do grupo prioritário dos professores do nível superior das universidades públicas estaduais”, completou.
O deputado Evandro Araújo (PSC) perguntou ao secretário sobre reclamações de alguns municípios que estariam recebendo menos vacinas proporcionalmente. Beto Preto explicou que 204 municípios atenderam a solicitação do Ministério da Saúde de usar a segunda dose de reserva para que avançassem na vacinação. “Ao mesmo tempo tivemos que fazer um esforço de reposição para que estes mesmos municípios fizessem a segunda dose o que acabou gerando um desnivelamento”, afirmou.
“Fizemos a pactuação necessária com o conselho dos secretários de saúde e vamos recompor o quantitativo dos municípios que fizeram de maneira correta e ficaram um pouco para trás”, completou o secretário.
O deputado Dr. Batista (DEM), presidente da Comissão de Saúde Púbica da Assembleia Legislativa disse que a apresentação feita é a “mais preocupante quando sabemos que temos aproximadamente 5 mil leitos de UTI e que muitas pessoas procuram UTI por causa do Coronavírus. Não existe vaga tendo ou não dinheiro”, alertou. “Com essa avaliação que fizemos hoje aqui, quando foi apresentada toda uma retrospectiva e a atualidade da situação da Covid-19, vimos um quadro assustador e preocupante. Temos que tomar todos os cuidados seguindo as regras sanitárias”.